Justiça Federal suspende inquérito contra Eguchi e permite o retorno dele ao cargo

Decisão foi assinada pela desembargadora Federal Maria do Carmo Cardoso, em processo referente à Operação Migrador
Justiça concedeu liminar para suspender investigação criminal contra Eguchi (Reprodução / Instagram / Eguchi)

A Justiça Federal, por meio da desembargadora Maria do Carmo Cardoso, determinou a suspensão do procedimento criminal contra o delegado federal Everaldo Eguchi, em trâmite na Vara Única da Subseção Judiciária de Marabá, e o retorno dele ao cargo, até o julgamento definitivo do habeas corpus. 

Segundo candidato mais votado nas eleições à Prefeitura de Belém, em 2020, Eguchi foi acusado de vazar informações (violação de sigilo funcional)  durante a operação ‘Migrador’, da Polícia Federal, em 2018, e afastado de suas funções da PF em julho deste ano. A operação ‘Migrador’ foi executada em Marabá e comandada pela Delegacia Federal no município, tendo como alvo uma organização criminosa dedicada à exploração ilegal de minério e maganês.

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Ele ingressou, então, com habeas corpus com pedido liminar para suspender os efeitos da decisão. Para a desembargadora que analisou o pedido, “é possível identificar, ao menos no atual cenário, questões políticas e pessoais como fatores determinantes para a abertura da investigação que se baseou em denúncia anônima contra o paciente”, disse, referindo-se às denúncia contra Eguchi. 

Maria do Carmo Cardoso afirma também que os indícios apontados nos relatórios de inteligências são frágeis. “Uma vez que a conexão online na rede social Facebook como “amigo” em um universo de usuários virtuais não permite confirmar que de fato as pessoas são próximas ou ao menos se conhecem”. 

Além disso, no entendimento da desembargadora, não há fato novo que justifique a investigação de Eguchi no bojo da Operação Migrador, uma vez que os fatos imputados como criminosos ocorreram em 2018, e as ações contra o requerente remetem ao ano de 2020, ou seja, mais de dois anos depois dos supostos fatos. 

“Não se afigura razoável, portanto, afirmar que o suposto vazamento objeto da operação tenha partido do paciente”, avaliou Maria do Carmo Cardoso, ao deferir o pedido de liminar em favor do delegado, argumentando que o caso precisa ser analisado com maior profundidade no instante do julgamento definitivo. 

O Grupo Liberal tentou contato com o delegado federal Eguchi, mas a assessoria informou que ele não dará entrevistas por orientação dos advogados. Ele se manifestou sobre o assunto por suas redes sociais. “A verdade sempre aparece. Agradeço o apoio de todos. É mais um passo na luta contra a política suja que se alojou no nosso estado. Conto com a força de todos vocês, juntos vamos mudar a nossa história e nunca deixaremos nos abater por perseguições e desmandos, pois a energia positiva e as orações sempre vão nos blindar contra o mal”, escreveu.

O Liberal