Força-tarefa incluiu ações de inteligência, fiscalização e repressão que contou ainda com a inutilização de quatro aeronaves, 38 mil litros de diesel e 200 motores
Uma operação realizada pela Polícia Federal na Terra Indígena Yanomâmi apreendeu 24 antenas produzidas pela empresa Starlink, vendida pela empresa de Elon Musk, que eram usadas por garimpeiros para se comunicar. Nos últimos dias, o dono da rede social X tem atacado o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e o governo brasileiro. A apreensão aconteceu em meio a uma megaoperação realizada no território indígena e que incluiu a inutilização de 38 mil litros de diesel, 114kg de mercúrio, 6,6 mil litros de gasolina de aviação, e a destruição de 36 geradores, 49 acampamentos e 200 motores.
“Os garimpeiros ilegais, além do ouro, miram a retirada de cassiterita do solo indígena. Com grande aproveitamento na indústria, trata-se de um valioso produto no mercado internacional. A força-tarefa federal apreendeu 7,3 mil quilos de cassiterita no período. A comunicação entre os criminosos também foi dificultada a partir da apreensão de 24 antenas Starlink, meio usado em locais isolados, como a TIY (Terra Indígena Yanomami)”, afirmou o governo em balanço sobre a operação.
De acordo com o comunicado publicado pelo governo, foram realizadas 312 ações de inteligência, fiscalização e repressão para desmantelar a organização de grupos criminosos na região.
“O cerco aos criminosos nos últimos 36 dias, de 4 de março a 10 de abril, foi intensificado e o balanço da megaoperação, que já envolve uma equipe de 343 pessoas (maior parte militares), apresenta um saldo positivo e determinante para as próximas etapas de trabalho”, disse o governo.
A apreensão das antenas Starlink fizeram parte desse processo de repressão. A força-tarefa identificou ainda 180 pistas de pouso clandestinas, com duas apreensões de aeronaves. A atuação da Starlink na região amazônia já foi alvo de críticas. Em janeiro deste ano, em entrevista ao GLOBO, o coordenador de operações de fiscalização do Ibama citou a vantagem proporcionada aos garimpeiros pelo acesso à internet obtido por meio das antenas.
— Essa internet a gente não tem, é uma vantagem muito grande para eles. A gente chegou a ver uma antena instalada na asa do avião, para o piloto se comunicar — disse Loss. — Precisamos cancelar esses sinais das antenas e melhorar o controle aéreo.
Fonte: O Globo