O resultado fase 2 de seleção foi homologado na última sexta-feira (29/01)
Um projeto de elaboração de um documentário sobre escalpelamento – quando ocorre o arrancamento do couro cabeludo de maneira brusca – desenvolvido por um grupo de profissionais santarenos, está entre os contemplados no Edital de Audiovisual da Lei Aldir Blanc de Emergência cultural do Pará.
O resultado fase 2 de seleção foi homologado na sexta-feira (29/01), no site oficial da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult-PA).
Com o título “Minha Vida Por Um Fio”, o documentário tem como proponente a jornalista Anna Karla Lima, que atua com comunicação há 8 anos.
“A ideia é produzir um etnodocumentário sobre o acidente do escalpelamento que ocorre quando a vítima tem o couro cabeludo arrancado pelos eixos de motores descobertos de embarcações. Este tipo de acidente é comum em nossa região, com um alto índice de notificações, e atinge principalmente mulheres e crianças que moram na beira de rios”, afirma Anna Karla.
O documentário foi proposto a partir de uma pesquisa de doutorado, realizada pelo pesquisador, antropólogo e doutorando em Antropologia Social na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Diego Alano Pinheiro, que será responsável pelo roteiro do audiovisual.
“Estima-se que mais de 3 mil mulheres já sofreram o acidente do escalpelamento, mas pode haver casos subnotificados. É um acidente cruel que altera drasticamente a vida das vítimas, que sofrem estigmas nas escolas e consequentemente abandonam os seus estudos, isolando-se em casa. Nosso objetivo é contribuir com uma produção de etnodocumentário na Amazônia com um tema de saúde pública emergente”, afirma Diego.
O documentário deverá ter duração de aproximadamente 45 minutos, contemplando as trajetórias das vítimas, as políticas públicas produzidas e as perspectivas dos ribeirinhos e do Estado.
A produção seguirá todos os protocolos sanitários e de biossegurança recomendados pelas autoridades de saúde.
Lei Aldir Blanc
A Lei Aldir Blanc de emergência cultural do Pará é uma Lei Federal nº. 14.017 foi criada em 29 de junho de 2020 para promover ações efetivas destinadas à manutenção e sobrevivência das atividades culturais, e assim garantir renda emergencial aos trabalhadores e trabalhadoras da área, a sustentação de espaços culturais, alimentando essa cadeia produtiva em todo o país.
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Com informações de Comunicação/Documentário