Hospital Regional, em Santarém, alerta sobre prevenção de câncer de cabeça e pescoço

Ferida na boca, rouquidão persistente, caroço no pescoço e dificuldade de engolir estão entre os sinais que precisam ser avaliados por um especialista
Palestrante enfatizou a importância do diagnóstico precoceFoto: Divulgação

Paulo Sérgio de Santana, 62 anos, nascido em Belém, mas residente em Santarém, no oeste paraense, há 40 anos, foi diagnosticado com câncer de laringe há cerca de dois anos ,após perceber uma rouquidão pertinente. Ele é acompanhado pela equipe de Oncologia do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), referência nesse tipo de atendimento, e participou na manhã desta sexta-feira (21) de programação alusiva à campanha nacional Julho Verde, que busca alertar sobre sinais e sintomas do câncer de cabeça e pescoço.

A neoplasia de cabeça e pescoço é um conjunto de tumores que se manifestam na face, boca, laringe, faringe, glândulas parótidas, glândulas salivares, tireoide, pele e ossos da cabeça e pescoço, que comprometem a estética facial, deglutição, alimentação e voz. 

Carla da Silva, enfermeira do Setor de Radioterapia, informou que a equipe multiprofissional realizou palestras para pacientes e acompanhantes sobre sintomas e formas de prevenção da doença. Segundo ela, a campanha Julho Verde envolveu as equipes multidisciplinares, formadas por médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais.

“Nós levamos palestra com o cirurgião e o nutricionista, e em seguida fizemos uma dinâmica de palavras-cruzadas. Todos os pacientes e acompanhantes interagiram. O nosso objetivo foi transmitir essas informações, para que alcancem o máximo de pessoas”, disse a enfermeira.

Paciente monitorado pela equipe do HRBAFoto: Divulgação 

O paciente Paulo de Santana contou que um dos principais fatores que levaram ao câncer na laringe foi o alto consumo de cigarro e bebidas. “Eu fui fumante por 40 anos e bebi bastante por 30 anos, e isso me prejudicou. Há dois anos comecei a sentir uma rouquidão, e quando fiz o exame apareceu um caroço na minha laringe. Era o câncer”, lembrou.

Atualmente, ele passa por consultas de rotina, destinadas a monitorar a doença, no serviço oncológico do HRBA.

Sinais e sintomas – A cirurgiã de cabeça e pescoço do HRBA, Débora Pereira, uma das palestrantes do evento, destacou aos participantes os sintomas e formas de prevenção da doença. “A gente passa a ficar atento a qualquer coisa diferente no corpo. Uma ferida na boca, uma rouquidão persistente, caroço no pescoço, dificuldade de engolir. Isso precisa ser avaliado o mais rápido possível”, enfatizou.

O diagnóstico precoce, reforçou a especialista, é fundamental. Principalmente porque é um tipo de câncer que tem muitas chances de sobrevivência. “90% das pessoas com diagnóstico dessa doença têm chance de cura”, afirmou a médica.

A prevenção pode ser feita com alguns hábitos saudáveis, como evitar ingerir bebida alcoólica, parar de fumar, praticar sexo seguro, manter bons hábitos de higiene oral e uso de prótese dentária bem adaptadas (sem provocar machucados na boca).

Dados – O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou que para este ano a estimativa é que surjam mais de 36 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço, incluídos nesse total os tumores de boca (cavidade oral), laringe e tireoide.

Foto: Divulgação

No HRBA, de janeiro a junho de 2023 foram atendidos 23 novos pacientes com diagnóstico de câncer na cabeça e no pescoço. Desses, 26% foram casos de laringe; 21,7% cefálico; 17,39% na língua e 13,4% no palato (céu da boca).

No Brasil, esse câncer é diagnosticado em cerca de 35 mil a 40 mil brasileiros. Segundo levantamento do Inca, o câncer de boca, laringe e demais sítios é hoje o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, é o quinto mais comum, ficando atrás do câncer de mama, tireoide, cólon e reto.

Serviço: O Hospital Regional do Baixo Amazonas pertence ao Governo do Pará, e é administrado pelo Instituto Social Mais Saúde. A unidade é habilitada como Unacon (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia).

Texto: Ascom/HRBA