Gameterapia é uma forma de quebrar a rotina no ambiente hospitalar e também auxílio o desenvolvimento motor e a recuperação de internados
Concentração total. Mãos no controle e olhos fixos na missão. Elder da Conceição Lopes, de 11 anos, é apaixonado por videogames e se diverte bastante jogando o “Minecraft”. “Eu gosto muito. Estou jogando já há uns oito dias. Ainda não consegui ‘zerar’, mas estou tentando”, diz ele.
O menino, que é natural do município de Trairão, está em tratamento de uma infecção renal no Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna (HRBA), em Santarém no oeste do Pará, e ganhou na unidade a chance jogar os jogos que tanto gosta. “Ele sempre gostou de jogar, no celular, televisão, com o primo, os amigos. Eu nunca imaginei que haveria essa possibilidade para as crianças. Ajuda a desestressar, porque as crianças passam muito tempo no leito. Ele mesmo fica ansioso para que chegue logo a hora do jogo. Achei uma ótima ideia”, afirma Adriana da Conceição Silva, mãe do Elder.
Já a Alice Rudmann, de apenas 4 anos, nunca tinha jogado um videogame. E durante o tratamento, teve a oportunidade de fazer sua estreia no mundo dos jogos eletrônicos com um game de corrida. “É legal, eu joguei o do carro que é o que eu mais gosto”, disse a pequena.
“É muito bom para ela. A Alice tem muita energia, então acaba ficando chateada de ter que passar tanto tempo deitada. Ela pra quem nunca tinha jogado, ela até que foi bem”, explicou a mãe, Rosemarise Rudmann, que acompanhou e ajudou a filha durante o jogo.
Os dois pacientes participam do projeto “Gameterapia”, que utiliza os videogames para auxiliar na recuperação das crianças internadas no Hospital Regional de Santarém. As sessões são coordenadas pelo setor de Terapia Ocupacional e realizadas desde 2016.
O objetivo é beneficiar os usuários, como a quebra da rotina hospitalar e o estímulo à atividade cerebral, além de retirar o foco da dor e melhorar o bom humor dos pequenos. “Traz também a interação, reforço de vínculo e melhora da qualidade de vida e bem-estar das crianças. Sabemos que o cotidiano hospitalar traz questões como estresse e desconforto físico para os pacientes e quando a gente consegue minimizar essa situação com o lúdico, com o brincar, isso é muito positivo”, explica a terapeuta ocupacional, Leila Oliveira.
Game no leito – Durante a Gameterapia, a maioria dos pacientes vai até uma salinha reservada para jogar os videogames. Mas aqueles usuários que por questão de mobilidade ou por indicação médica não podem ir até lá recebem o game direto no leito para não perderem a brincadeira.
É o caso do Vinícius Lopes, de 5 anos, que realizou uma cirurgia e está em recuperação na clínica pediátrica da unidade. O pequeno também nunca tinha jogado videogame e se divertiu com a primeira experiência. “Foi um pouco difícil, mas eu queria trocar o carro para um mais rápido e jogar de novo”.
“Nunca pensei que ia ter um videogame aqui no hospital. Distrai. Ele tá acostumado a brincar, correr, e faz bem para ele. Gostei bastante, é muito bom”, destaca o pai do Vinícius, Odenias dos Santos Lopes.
A terapeuta ocupacional do hospital ressalta que o videogame também pode auxiliar no desenvolvimento físico e motor dos pacientes. “Os jogos têm suas próprias dinâmicas, como regras, fases, observações, percepções. Mas há também o reforço manual, postural, seja na cadeira ou no leito, e o psicomotor, que é justamente o raciocínio lógico, da identificação cognitiva, com o desempenho para controlar o visual com o controle em si. Então é uma terapia muito rica”.
“A rotina hospitalar é difícil e para as crianças, ainda mais. Elas estão acostumadas a uma série de atividades no dia a dia e precisam parar enquanto estão em tratamento. Mas se a gente proporciona uma brincadeira como essa, um videogame para eles, isso faz com que a estadia deles aqui seja muito melhor e que eles se recuperem mais rápido. Faz bem não só para os pequenos, mas também para as famílias, que ficam felizes ao ver os sorrisos durante o jogo. E esse é o nosso foco principal, promover um atendimento humanizado para garantir o bem-estar dos nossos usuários”, afirmou o diretor geral do HRBA, Éder Lúcio de Souza.
SERVIÇO
Localizado no Oeste do Pará, o Hospital Regional do Baixo Amazonas é referência em média e alta complexidade, para cerca de 1,4 milhão de pessoas residentes em 30 municípios da região, ofertando atendimento em Oncologia, Neurocirurgia, Ortopedia e Traumatologia, e Terapia Renal Substitutiva. A unidade pertence a Governo do Pará, sendo administrada pelo Instituto Social Mais Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
O HRBA presta serviço 100% referenciado, atendendo à demanda originária da Central de Regulação do Estado. O Hospital fica na Avenida Sérgio Henn, nº 1100, bairro Diamantino, em Santarém.
Texto da Ascom HRBA