Recifes na foz do rio Amazonas são tema de artigo publicado na Frontiers in Marine Science

Extenso ambiente marinho ameaçado pela exploração de petróleo, o Grande Sistema de Recifes da Amazônia (GARS) tem sua existência e vitalidade reafirmadas por grupo de cientistas brasileiros.
Sedimentary basins: FZA, Foz do Amazonas; PAMA, Pará/Maranhão; BAR, Barreirinhas; CE, Ceará

O artigo “The Great Amazon Reef System: A fact” (O Grande Sistema de Recifes da Amazônia: Um fato – em livre tradução) acaba de ser divulgado na revista Frontiers in Marine Science, referência internacional na divulgação de pesquisas sobre os oceanos. Publicado na seção sobre “Conservação Marinha e Sustentabilidade”, o artigo trata da discussão sobre a existência do Grande Sistema de Recifes da Amazônia (GARS), situado na foz do rio Amazonas.

Com um tamanho estimado entre 9.500 a 13.478 Km², o GARS é um extenso sistema de recifes de algas calcárias existente na plataforma amazônica, que abriga habitats marinhos sensíveis e ameaçados pela exploração de petróleo e gás em larga escala nessa região. Assinado por um grupo de 21 cientistas de oito universidades brasileiras, incluindo a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), e uma estrangeira, a Charles Darwin University, da Austrália, o artigo refuta dúvidas, levantadas por outros pesquisadores, sobre a própria existência, vitalidade e extensão desses recifes.

De acordo com os pesquisadores, menos de 5% do GARS foi estudado em detalhes até o momento e, por isso, mais pesquisas são necessárias. “Dados básicos, como informações detalhadas sobre batimetria e padrões de corrente, abundância relativa de peixes e organismos bentônicos, ainda são escassos”, informa o artigo.

Entre as principais prioridades de pesquisa elencadas pelos cientistas para subsidiar a conservação efetiva e usos sustentáveis do GARS estão: o desenvolvimento de mapas precisos e modelos preditivos para habitats marinhos e ameaças antropogênicas; descrições de padrões espaço-temporais na biodiversidade e parâmetros oceanográficos; avaliações dos estoques pesqueiros e da dependência socioeconômica dos recursos costeiros e marinhos; e iniciativas de planejamento de conservação para a implementação de ferramentas de gestão baseadas na área, como o estabelecimento de áreas marinhas protegidas.

Assinam o artigo pesquisadores e professores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), além do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e do WWF-Brasil. A publicação também conta com a participação do professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Vinicius J. Giglio, do Campus de Oriximiná.

FIGURE 1
(A) The Great Amazon Reef System (GARS), as delimited by Moura et al. (2016) and Francini-Filho et al. (2018), and its overlap with oil blocks; (B) A complex live calcareous algae reef inhabited by fish (Paranthias furcifer) and black-corals (~130 m depth); (C) A mound built with living rhodoliths by the tilefish Malacanthus plumieri (~130 m depth); (D) The reef butterflyfish Chaetodon sedentarius over a calcareous algae patch reef (~110 m depth). (E) A high-vitality rhodolith bed (~140 m depth). Sedimentary basins: FZA, Foz do Amazonas; PAMA, Pará /Maranhão; BAR, Barreirinhas; CE, Ceará

Acesse AQUI o artigo “The Great Amazon Reef System: A fact”.

Comunicação/Ufopa