Campanha contra febre aftosa em maio vai abranger 127 municípios

Governador Helder Barbalho participou da abertura da campanha no Parque de Exposições de Marabá; confira as etapas de vacinação
Governador Helder Barbalho participou da abertura da campanha de vacinação do rebanho paraense – Foto: Marcelo Seabra/Ag. Pará

Para garantir a sanidade e qualidade do rebanho paraense, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) abriu a Campanha contra Febre Aftosa de Maio/2022, com a presença do governador Helder Barbalho, nesta quarta-feira (27), no Parque de Exposições do município de Marabá, no sudeste paraense. Atualmente, a pecuária paraense apresenta os seguintes números: 24 milhões de bovídeos (bovinos e bubalinos), 261.955 ovinos, 473.800 suínos e 64.906 caprinos, espalhados por 113.412 propriedades rurais.

“Essa campanha é muito importante, pois garantimos a sanidade e qualidade do nosso rebanho. O gado de origem do Pará possui Selo Verde, com responsabilidade ambiental, e preparado com qualidade para percorrer o mercado internacional. Parabéns a todos que contribuem para a economia do agro”, destacou Helder Barbalho.

A vacinação contra febre aftosa e todas as demais ações de defesa agropecuária têm por objetivo evitar a reintrodução e a disseminação de doenças, assim como prejuízos para a pecuária. Nesta etapa, devem ser vacinados animais de todas as idades, em 127 municípios, no período de 1° a 31 de maio, com notificação até 15 de junho.

“Na etapa de Maio/2021, a cobertura vacinal do rebanho atingiu um índice de 96,86%, ficando acima dos valores preconizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Números bem expressivos quando comparados aos outros estados de mesmo status sanitário. Isso se deu porque os atores envolvidos no processo tomaram a decisão por um rebanho sadio”, informou o diretor-geral da Adepará, veterinário Jamir Paraguassu Macedo.

Programa nacional – A campanha integra o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), destinado a alcançar a cobertura vacinal de bovinos e bubalinos determinada pelo Ministério da Agricultura. Além da melhoria econômica, o PNEFA tem como prerrogativa a análise dos cenários e esforços das iniciativas públicas e privadas, para que, até 2026, a vacinação contra a doença seja suspensa em todo o País.

“Eu estou governador, mas sou pecuarista e agricultor. O agro é um setor que gera muitos empregos e renda para nossa população. Hoje, já somos o terceiro rebanho do País, mas nossa proposta é ser o maior rebanho. Consumimos apenas 20% do que produzimos. Então, precisamos investir cada vez mais no setor e dar apoio aos produtores. O governo está comprometido com isso”, garantiu o governador.

Certificação – O Pará tem comprovado ausência do vírus da febre aftosa no seu território há 17 anos, sendo certificado internacionalmente como livre de febre aftosa com vacinação desde 2018.

Entretanto, a manutenção desse status está atrelada ao cumprimento das diretrizes da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, sigla em inglês), assim como do PNEFA, que formam a base do sistema de vigilância epidemiológica. O objetivo é identificar precocemente qualquer suspeita de reintrodução do vírus, para a contenção imediata, sem demais prejuízos à economia. As ações são executadas pelo Serviço Oficial rotineiramente, a fim de salvaguardar o patrimônio pecuário.

Notificação – A Adepará ressalta que, após o período de imunização do rebanho, os produtores têm prazo para fazer a notificação à Agência, presencialmente ou via internet, pelo Sistema de Integração Agropecuária (Siapec 3), disponível no site do órgão. O produtor rural deve adquirir sua vacina em revenda cadastrada.

Para comprovar a vacinação é necessário apresentar, além da nota fiscal de aquisição da vacina, a relação do rebanho, com a quantidade de animais, faixa etária e espécie. O produtor que não notificar a vacinação fica sujeito à multa e bloqueios sanitários, cujo valor pode variar de acordo com a quantidade de animais.

O coordenador do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em 17 municípios da região, Virgilino Camargo, disse que enquanto a vacinação for obrigatória os produtores têm de vacinar. “O produtor é consciente de que precisa vacinar. A campanha é apenas um lembrete, porque a vacina ainda é o melhor remédio para o rebanho. Nós estamos sem doença de aftosa há muito tempo, e queremos ficar livres da vacina também. Temos de trabalhar para sermos território livre da doença sem vacinação”, afirmou.

“A vacinação de febre aftosa de bovídeos é uma ação executada pelo produtor, que apresenta o objetivo de garantir a sanidade do rebanho aos consumidores de carne do País e do mundo. Estes produtores têm conseguido atingir o êxito de manter a vacinação antiaftosa acima de 90%. Portanto, devemos parabenizar os produtores rurais e os servidores da Adepará por atingirem esta meta proposta pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que valoriza ainda mais a cadeia da carne bovina paraense perante o mercado nacional e internacional”, disse o diretor de Defesa e Inspeção Animal da Adepará, Jefferson de Oliveira.

O Pará executa cinco etapas de vacinação no decorrer do ano, todas em cumprimento às diretrizes do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa.

Etapas da vacinação:

Março e abril: municípios de Faro e Terra Santa (no Oeste) – vacinação com faixa etária para todos os animais.

Maio: calendário de imunização contempla 127 municípios – vacinação com faixa etária para todos os animais.

Julho e agosto: novamente nos municípios de Faro e Terra Santa – vacinação para animais de até 2 anos de idade.

Agosto a outubro: Etapa Marajó – vacinação de animais de todas as idades.

Novembro: novamente em 127 municípios – vacinação para bovinos e bubalinos com até 2 anos de idade.

Por Manuela Viana (ADEPARÁ)

Agência Pará