A ideia da pasta é receber 400 mil doses da vacina contra a covid-19 até o fim de abril, 2 milhões no fim de maio e 7,6 milhões em junho
O Ministério da Saúde assinou nesta sexta-feira, 12, contrato para compra de 10 milhões de doses da Sputnik V, vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, e distribuída no Brasil pela União Química.
Segundo o ministério, a ideia é receber 400 mil doses até o fim de abril, 2 milhões no fim de maio e 7,6 milhões em junho. A pasta afirma que só fará o pagamento pelas doses após a vacina receber autorização emergencial de uso ou registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A autorização para a compra da vacina já havia sido publicada em 20 de fevereiro e houve empenho (ato que antecede o pagamento) de R$ 693,6 milhões. Cada dose custou cerca de US$ 12.
Mais cedo, a Anvisa informou que ainda aguarda dados de segurança e eficácia da vacina, além do pedido da União Química para começar a análise de uso da Sputnik V. A eficácia do imunizante é de 91,6%, segundo dados publicados na revista científica “The Lancet”.
Há forte lobby político por essas vacinas. Na linha de frente da negociação com o governo, a União Química tem o ex-deputado Rogério Rosso (PSD-DF) e o ex-diretor da Anvisa Fernando Mendes. O dono da empresa, Fernando Marques, também tem bom trânsito com o poder público. Ele foi candidato no Distrito Federal ao Senado em 2018 pelo Solidariedade, partido de Paulinho da Força, e também costuma financiar campanhas eleitorais.
Governadores do Consórcio do Nordeste também negociam a compra do imunizante. Segundo o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), Pazuello se comprometeu a fazer a compra de mais 39 milhões de doses da Sputnik V, o que acabaria com a necessidade de compra pelo consórcio. O Ministério da Saúde não confirma ainda esta nova aquisição.
A União Química também planeja produzir doses da vacina no Brasil, mas ainda não há certificação de sua fábrica para isso. No total, a ideia da empresa é entregar 150 milhões de unidades no ano.
O ministério disse que irá avaliar nas próximas semanas se fecha novo contrato com a farmacêutica para compra das doses que devem ser produzidas no Brasil.
Fonte: Estadão