Quanto Vale a Vida? É o tema da campanha do Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que ocorre nesta quinta, 30

Para combater esse crime tão cruel, entidades de defesa dos direitos humanos em todo o país realizam a campanha contra o tráfico de seres humanos nesta quinta-feira.
Mulheres são as maiores vítimas do tráfico de pessoas – Crédito: Reprodução – ONU

A desaceleração econômica mundial, que se traduz em um aumento acentuado do desemprego, pode aumentar também o tráfico  de pessoas pelas fronteiras dos países,neste período de pandemia da covid-19. 

Para combater esse crime tão cruel, entidades de defesa dos direitos humanos em todo o país realizam a campanha contra o tráfico de seres humanos nesta quinta-feira, 30, Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.Denominada de Quanto Vale a Vida?, a campanha liderada pela Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mobiliza ativistas de direitos humanos, artistas, profissionais do direito, da comunicação, serviço social, professores, entre outros segmentos para chamar atenção da sociedade brasileira. A campanha protagonizada pela atriz paraense Dira Paes, também chama a atenção do poder público para a promoção e inclusão social das vítimas do tráfico humano e a garantia de direitos. A mobilização é feita nas redes sociais e nov veículos de massa. No Pará, a campanha recebe apoio de inúmeras entidades de direitos humanos, como a Cáritas Norte 2, Comissão Justiça e Paz da CNBB Norte 2, Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Pará, entre outras.  

  A Organização Mundial do Trabalho estima que o tráfico humano movimenta cerca de 32 bilhões de dólares por ano, em que 79% das vítimas são destinadas à prostituição. O comércio ilegal de órgãos e à exploração de trabalho escravo em latifúndios, na pecuária, oficinas de costura e na construção civil também são os segmentos que se utilizam do tráfico de seres humanos.

O último relatório das Nações Unidas, divulgado em 2019, aponta há mais de 100 países onde foram detectadas  rotas utilizadas para táfico de pessoas.

 As mulheres são as maiores vítimas e amaior parte é explorada sexualmente,mas também há muitos homens traficados. As pessoas do sexo masculino na maioria das vezes são traficados para trabalho forçado. As crianças são segundo grupo mais afetado pelo crime, quase 30% do total de pessoas traficadas pelo mundo. Grande parte delas é vítima do tráfico de órgãos.

Entre 2012 e 2014, foram detectadas pela Polícia Federal no Brasil 241 rotas do tráfico nacional e internacional de exploração sexual de mulheres e adolescentes. A maior parte das rotas se encontra nas regiões Nordeste com mais de 45% das rotas e Norte com mais de 43%. A grande maioria, quase totalidade das pessoas traficadas são de áreas de extrema pobreza. 

Maior parte das pessoas traficadas no Brasil é usada para exploração sexual 

Dados da  Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos aponta também, que no Brasil, em 2018, a cada quatro dias foi registrado um caso de tráfico de pessoas. Destes casos, a maior parte das ocorrências são de exploração sexual.

O Disque 100 é um serviço de discagem direta e gratuita disponível para todo o Brasil e uma das ferramentas para denúncias de tráfico de pessoas. O Disque 180 também recebe denúncias sobre pessoas traficadas.

A Organização das Nações Unidas no Protocolo de Palermo (2003), define tráfico de pessoas como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”.

Fonte: Roma News