O mandado de segurança deu entrada na corte na semana passada. Na sexta-feira, 19, Fux foi sorteado para assumir a relatoria.
O ministro Luiz Fux foi escolhido relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do processo que discute se a Polícia Federal pode periciar o celular do advogado de Adélio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou o então candidato a presidente Jair Bolsonaro em 2018. A reportagem é do jornal Folha de S.Paulo.
O mandado de segurança deu entrada na corte na semana passada. Na sexta-feira, 19, Fux foi sorteado para assumir a relatoria. O magistrado ainda não emitiu nenhum despacho, mas caberá a ele iniciar a tramitação do caso no tribunal.
A reportagem ainda informa que Bolsonaro iniciou um movimento para construir diálogo com Fux, que tomará posse em setembro na presidência do STF, no lugar de Dias Toffoli. Alas do governo tentam pacificar uma relação que está desgastada por causa de ataques de bolsonaristas ao Judiciário.
Uma eventual autorização para a PF analisar o aparelho e outros materiais apreendidos no escritório do advogado Zanone Manuel de Oliveira pode levar à reabertura das investigações sobre a tentativa de assassinato do hoje presidente.
Até agora, em dois inquéritos abertos sobre o atentado, o órgão concluiu que Adélio agiu sozinho e que não houve mandante. O esfaqueador, absolvido por ter sido considerado inimputável, está preso desde o crime na penitenciária federal de Campo Grande (MS), onde cumpre medida de seguranças.
Na semana passada, o juiz que cuida do caso, Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG), determinou o arquivamento do segundo inquérito da PF, que teve um relatório parcial apresentado em maio.
O magistrado confirmou a possibilidade de retomada da apuração se surgirem “novos elementos informativos”. A Única pendência apontada pela PF para concluir os trabalhos é a perícia nos materiais encontrados com Zanone, que assumiu a defesa de Adélio logo após o ataque.
A análise permitiria esclarecer quem contratou ou financiou a defesa, o que levaria a pessoas ou organizações que poderiam ter interesse em arquitetar o crime. Até agora, a PF não apontou o envolvimento de terceiros na tentativa de matar Bolsonaro.
Esta é a primeira vez que a facada é discutida oficialmente no âmbito do STF. O processo sobre a perícia foi analisado antes pelo TRF-1. que decidiu remeter o assunto ao Supremo por considerar que envolve sigilo profissional garantido pela Constituição.
Fonte: Folha de São Paulo