É a primeira perda importante na equipe de Guedes.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, deve deixar o governo nas próximas semanas, segundo apurou o Estadão / Broadcast . Ele deve realizar quarentena e ir para uma iniciativa privada.
Mansueto já está discutindo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, um nome para sucedê-lo no cargo, cuja missão é controlar o caixa do governo. Ele estava no posto desde abril de 2018. É a primeira perda importante na equipe de Guedes.
Mansueto já vinha discutindo sua saída do governo com o ministro. A informação de que sua demissão está próxima foi revelada neste domingo pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo , e confirmada por um integrante da equipe econômica do Estadão / Broadcast .
Guedes já havia manifestado o desejo de nomeá-lo diretor executivo do Conselho Fiscal da República, colegiado a ser criado pela PEC do Pacto Federativo. Mas uma crise provocada pela pandemia de novo coronavírus acabou atrasando a tramitação de propostas estruturais no Congresso Nacional, e essa saída acabou ficando mais distante.
Quarentena
Segundo apurou a reportagem, Mansueto manifestou compreensão em relação à prioridade que será dada às medidas de reforma da economia, colocando a criação do Conselho Fiscal da República em segundo plano no momento. Por isso, demonstrou o desejo de sair no fim do primeiro semestre deste ano para cumprir uma quarentena exigida para ocupantes de cargos estratégicos (como é o comando do Tesouro Nacional) até que possa ir para uma iniciativa privada.
O atual secretário do Tesouro sempre foi considerado “guardião” dos cofres do governo e fiador do processo de ajuste das contas públicas. Rumores de sua saída sempre geraram preocupação no mercado financeiro sobre a continuidade dessa agenda.
Segundo um integrante da equipe econômica, a saída do Mansueto não deixará o governo como um “time liquidado quando o craque sair”. A avaliação dessa fonte é que o próprio secretário do Tesouro não tomaria essa decisão se houvesse avaliação de que isso provocaria maior turbulência.
A percepção é de que o próprio Mansueto espera passar o momento mais crítico da crise do novo coronavírus, quando o governo foi pego de surpresa e precisou correr para desenhar políticas emergenciais para conter seu impacto, e decidiu sair quando teve a certeza de que isso não seria tão decisivo em termos negativos para o país.
Fonte: Estadão