Durante o período, plantas vivas da cultura devem ser destruídas através de produtos químicos ou mecanicamente, para evitar a propagação da ferrugem asiática
A Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) está fiscalizando o cumprimento do período de vazio sanitário da soja nos municípios de Belterra, Santarém e Mojuí dos Campos. O trabalho iniciou dia 21 de setembro e seguirá até 15 de novembro, quando encerra a terceira e última etapa anual da principal estratégia executada pelo órgão para a proteção da lavoura. A primeira etapa teve início no dia 15 de julho e a segunda, no dia 1° de setembro.
Na região oeste paraense, a fiscalização está sendo realizada pelos fiscais estaduais agropecuários Paulo Ricardo, Raimundo de Matos e Clóvis Villacorta. “A região oeste do Pará foi a primeira fronteira agrícola (de grãos) do nosso Estado e, por muitos anos, chegou a figurar como a mais produtora”, destaca Paulo Ricardo Alves.
Segundo ele, é recomendado ao produtor que as plantas voluntárias da soja, que nascerem no período do vazio sanitário, sejam destruídas através de produtos químicos ou mecanicamente. “Além das recomendações sobre o cultivo da soja, orientamos sobre a necessidade do registro da propriedade. É importante, também, que haja o cadastro das áreas de soja do Estado, para que haja um melhor controle de toda atividade realizada e a contagem dos dados de produção”, conclui.
No Pará, o vazio sanitário ocorre em três períodos distintos entre os meses de julho a novembro, em virtude das diferenças climáticas existentes entre as regiões produtoras. As datas e os municípios que devem seguir a determinação foram divulgados na Portaria da Adepará número 1.745, de 13 de julho de 2020. O objetivo é proteger a safra de soja da doença conhecida como ferrugem asiática, capaz de inviabilizar até 75% na produção.
“Todos os períodos de vazio sanitário instituídos no Estado foram discutidos com os sojicultores para que, juntamente com a Adepará, possam contribuir no combate dessa praga tão prejudicial à cultura” – Maria Alice Thomaz, responsável pelo Programa Estadual da Soja.
Segundo Maria Alice, “a defesa sanitária na sojiculturura paraense segue as diretrizes do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, assim como as demandas do Programa Estadual Fitossanitário da Cultura da Soja. Dentre as ações desenvolvidas, está o levantamento fitossanitário de pragas na cultura e a fiscalização do vazio sanitário da soja nos municípios produtores”, explica.
Prejuízos
Alguns relatos de produtores constataram que a ferrugem asiática da soja, doença causada pelo fungo Phakopsora Pachyrhizi, pode causar uma perda de 75% da lavoura. Em alguns casos, o prejuízo chegou a 90% da produção. Durante o vazio sanitário da soja, o produtor pode cultivar outras culturas, como o milho, por exemplo. Com a adoção dessa medida, a Adepará objetiva reduzir a sobrevivência do fungo no período de entressafra, prevenindo as possíveis ocorrências na safra seguinte, já que o fungo não sobrevive se não nenhuma matéria verde (planta) estiver cultivada.
Em certas ocorrências, geralmente, o fungo só é detectado na fase final, onde são observadas a perda precoce das folhas e a formação incompleta dos grãos. O Phakopsora pachyrhizi também é facilmente disseminado pelo ar e se desenvolve melhor em períodos de maiores incidências de chuva.
Agência Pará