A segunda fase da pesquisa epidemiológica do Estado aponta estabilidade e tendência de queda no contágio na maioria das regiões; última fase da pesquisa começa nesta terça (22)
Uma estimativa de 1.280.000 pessoas já foram contaminadas pelo novo coronavírus no Pará. A maioria do sexo feminino, parda, com baixa escolaridade e integrante das classes C, D e E. A análise foi realizada por amostragem, com base em 8.826 testes aplicados em 52 cidades, nas oito regiões de Regulação da Saúde do Pará. São resultados da segunda fase da pesquisa epidemiológica sobre a covid-19, realizada pela Universidade do Estado do Pará (Uepa).
Esse panorama da doença foi apresentado no fim da tarde desta segunda-feira (21), por meio de um comunicado, ao vivo, transmitido pela TV Cultura e pela redes sociais do governo do Estado. O anúncio foi feito pelo governador Helder Barbalho com participação do presidente do Comitê de Biossegurança da Universidade, Pedro Vasconcelos, do secretário de Saúde Pública do Pará, Rômulo Rodovalho, do reitor da Uepa, Rubens Cardoso, e do reitor da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Marcel Botelho. Confira:
Ainda de acordo com a pesquisa, o nível de contágio no Estado é estável e com tendência de queda, mas regiões específicas, como Araguaia (+26,4%), Xingu (+25,3%) e Marajó Ocidental (+9,8%), apresentam crescimento no contágio. As maiores retrações foram apresentadas nas regiões do Baixo Amazonas (-26,3%), Tapajós (16,6%), Carajás (-13,3%), Nordeste (-8,8%) e Metropolitana (-5%).
Nessa segunda fase, a Uepa contou com a mobilização de nove professores da instituição, além de um docente da Universidade Federal do Pará (UFPA). Da aplicação dos testes e dos questionários de pesquisa participaram 194 alunos, de oito campi da Uepa, todos dos cursos de medicina e enfermagem.
A pesquisa é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio Sespa, para identificar a predominância e a velocidade de proliferação do vírus no Estado. O objetivo é realizar, aproximadamente, 9 mil testes em cada uma das três etapas da pesquisa epidemiológica, além da aplicação de questionários sociais, na capital e no interior.
“É fundamental que tenhamos atenção neste comportamento epidemiológico por região do Estado, para que as estratégias de combate ao coronavírus sejam locais. Essa pesquisa é importante para balizarmos as tomadas de decisões. As regiões que apresentam perspectivas de aumento de contágio requerem atenção e todas as precauções. É importante que as pessoas possam usar máscaras, seguir os protocolos de distanciamento e higienização, para que essa proteção permita melhor enfrentarmos o coronavírus”, disse o governador Helder Barbalho.
Manutenção dos cuidados
Assim como alguns países da Europa – Espanha e Itália, por exemplo -, Helder Barbalho afirmou que o Pará vai manter algumas estruturas específicas para atendimento a vítimas do novo coronavírus. “Continuaremos com a atenção em saúde, os cuidados necessários e a estrutura para atender aqueles que precisem e possamos salvar a vida daqueles que lutam contra o coronavírus”, afirmou.
A pesquisa também apontou que está diminuindo o número de pessoas que declaram aderir ao isolamento social. “Em comparação com a primeira pesquisa há uma redução de 7% para 11% nas pessoas que fazem isolamento social. Importante reforçar a importância das medidas preventivas, pois 15% dos pesquisados foram identificados como positivo, e que não apresentaram nenhum sintoma. Portanto, isso reforça que muitas vezes a pessoa pode estar assintomática, mas transmitindo o vírus. Por isso a necessidade e preocupação de ficar em casa e cuidar de quem você ama”, alertou o governador.
Tomada de decisão
O secretário Rômulo Rodovalho ressaltou que o governo está priorizando a utilização de informações técnicas e o embasamento científico para tomada de decisões no combate à pandemia em território paraense. “Assim como na primeira pesquisa, vamos utilizar essas informações como subsídio para as ações que estão sendo adotadas pela Secretaria de Saúde, como a construção do protocolo de retomada da atividade escolar”, informou.
Ele também ressaltou que a pesquisa serve como suporte para a abertura e regularização de hospitais da rede pública estadual, para que possam atender a demanda reprimida em outras especialidades médicas. “A Policlínica voltou às suas atividades normais. O Hospital Abelardo Santos também está retomando suas atividades normais. Já os hospitais do interior, estamos traçando os perfis para sair da atividade covid e retornar o atendimento à população dentro de toda a gama de especialidades”, acrescentou o secretário.
Terceira e última fase da pesquisa
Nesta terça-feira (22), a Uepa inicia a terceira e última etapa da pesquisa epidemiológica que traçará o perfil de prevalência e infecção no Pará. Os alunos sairão às 8h30, da Escola de Enfermagem Magalhães Barata (Campus V), em direção a bairros de Belém e Ananindeua, escolhidos por meio dos setores censitários selecionados para a pesquisa.
O trabalho será feito a partir da atuação de 194 alunos da área da saúde da Uepa, em especial do curso de Enfermagem. Eles coletarão dados com pessoas nas ruas, em 52 municípios paraenses, sendo que 32 deles vão receber pela primeira vez a visita das equipes. Não foi divulgada a data de encerramento desta última fase, mas o governador explicou que, por fim, 114 municípios terão passado pela avaliação.
Fonte: Agência Pará