A dispensa do profissional revoltou os médicos do município e, após reunião entre Sindmepa e Semsa, o médico deverá ser mantido na folha
A Prefeitura de Santarém voltou atrás deve voltar atrás da decisão e readmitir o medico Rafael Matos. Ele foi demitido na segunda feira (23) por divulgar mensagens através das redes sociais, reclamando da falta de Equipamento de Proteção Individual (EPI) no posto de saúde em que trabalhava, no Distrito de Alter do Chão. Por meio de uma mensagem no twitter, o médico reclamou que estava trabalhando no referido posto de saúde, sem máscara. Por conta disso, o médico foi demitido pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA).
A dispensa do profissional revoltou os médicos do município. A assessoria de comunicação do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), divulgou uma nota de repúdio contra a decisão tomada pela prefeitura, por meio da Semsa.
Na nota de repúdio, divulgada no portal da categoria, (sindmepa.org.br) o Sindmepa afirma que “a atitude do prefeito não será tolerada, pois atenta não somente ao referido profissional, mas sim a toda a classe médica do Estado do Pará”. O Sindmepa critica ainda na nota “a falta de ética, o desrespeito ao profissional, o atentado à honra e à reputação, por meio de difamação em redes sociais, sem as devidas provas”.
Ressalta ainda que é direito do profissional médico o uso de EPI e rechaça “qualquer perseguição política ou o cerceamento do direito de exercer a Medicina com honra, dignidade e os mínimos de condições de trabalho, conforme código de ética”. Diante do fato, o sindicato acionou sua assessoria jurídica para providências administrativas e jurídicas junto às autoridades competentes, “para rigorosa apuração dos fatos e punição de seus responsáveis”.
Na tarde de ontem (terça-feira), representantes da delegacia sindical se reuniram com a secretária de saúde, Daiane Silva, para exigir a recontratação de Rafael. A secretária disse que foi um equívoco a demissão do médico e garantiu que o mesmo seria mantido nos quadros da Prefeitura.
O diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso, afirmou que “em pleno século XXI é inadmissível que um trabalhador não possa cobrar condições de trabalho e segurança para o patrão. Mais ainda ser punido por isso. Além disso, demitir, sem motivo justo, um médico em plena pandemia da COVID-19, beira a irresponsabilidade”.
Por sua vez, também através de nota à imprensa, a secretaria de saúde de Santarém (SEMSA), se pronunciou e deu sua versão sobre o caso.
De acordo com a SEMSA, “houve um equívoco para ele ser advertido (não por cobrar EPI porque isso é obrigação nossa a entrega, mas sim por causar transtorno para a população onde o mesmo publicou em redes sociais um pedido em que ele teria que pedir para a chefe imediata dele).
A nota prossegue: “Como houve um total abraço de pessoas que estão se aproveitando do momento para crescer politicamente (mas Deus abençoe que não vão conseguir assim desse jeito) esclareço que ele permanece na folha, e foi passado para o sindicato dos médicos sobre isso e estou aguardando o retorno sobre posicionamento do médico nesse momento que sabemos que é de extrema necessidade a permanecia de toda equipe de trabalho, mas que peço respeito e que todos tenhamos a ciência de como se portar nesse momento delicado”, finaliza.
A nota foi enviada à redação do blog na noite de ontem.