“Pretinhas do Arapemã” já está disponível no YouTube e celebra a cultura quilombola do Baixo Amazonas

A produção, dirigida por Lia Malcher, explora a vivência de mulheres da comunidade ribeirinha de Arapemã, em Santarém, no Baixo Amazonas

O curta-metragem “Pretinhas do Arapemã”, que aborda a força, a ancestralidade e a resistência das mulheres quilombolas, já está disponível no canal Formiga de Fogo Filmes no YouTube. A produção, dirigida por Lia Malcher, explora a vivência de mulheres da comunidade ribeirinha de Arapemã, em Santarém, no Baixo Amazonas, destacando suas práticas culturais, como música, dança e as conexões com o território, ao mesmo tempo que denuncia os impactos das mudanças climáticas na região.

Gravado na comunidade de Arapemã, localizada a cerca de 40 minutos do centro da Pérola do Tapajós, o curta também revela como, mesmo estando próximo da zona urbana, o território sofre com a ausência de políticas públicas e enfrenta problemas como o fenômeno das terras caídas, que ameaça a sobrevivência da região. A produção captou o cotidiano de 12 mulheres e um representante masculino que integram o grupo Pretinhas do Arapemã, mergulhando nas práticas musicais que conectam o passado de suas ancestrais ao presente e ao futuro das novas gerações.

Segundo Lia Malcher, a proposta do curta é amplificar a voz da comunidade e registrar a luta dessas mulheres pela preservação de suas tradições. “Essas práticas culturais não são apenas expressão artística, mas também uma forma de resistência. A música e a dança que elas mantêm vivas criam uma ponte entre o que já foi vivido e o que ainda está por vir”, explica a diretora.

Além disso, o curta-metragem denuncia as condições precárias vividas pela comunidade, agravadas pelas mudanças climáticas. “Arapemã enfrenta um momento de emergência. As terras caídas estão comprometendo a estrutura da comunidade e ameaçando sua continuidade. O curta não é apenas uma celebração da cultura quilombola, mas também um alerta sobre as urgências ambientais que estamos enfrentando”, destaca Lia.

O filme foi lançado oficialmente durante a Mostra Formigueiro, em Santarém, e é fruto do Edital Funarte Retomada 2023, com financiamento do Ministério da Cultura, do Governo Federal e da Lei Paulo Gustavo do Estado do Pará. Keké Bandeira, produtora executiva, ressalta a importância da obra: “Esse curta é um registro sensível e potente da força das mulheres quilombolas, um tributo à sua luta e um convite para que mais pessoas conheçam e valorizem a cultura do Baixo Amazonas.”

Colaborou: Natashia Santana/Assessoria