PSE promove Mutirão oftalmológico para mais de 3 mil estudantes da rede pública de Santarém

Os atendimentos começaram em setembro e seguem até dezembro, visando à promoção e prevenção da saúde ocular.
Foto: Divulgação

Na última sexta-feira, 11, ocorreu mais uma etapa do mutirão oftalmológico, que atendeu 55 crianças e jovens estudantes da rede pública de Santarém em um consultório particular credenciado. Iniciado em setembro e com término previsto para dezembro, o mutirão visa atender um total de 3.260 alunos, com idades entre 1 e 40 anos. O objetivo é prevenir diagnósticos tardios de problemas oculares, contribuindo para a redução da evasão escolar e a melhoria do desempenho acadêmico. Os contemplados foram previamente regulados pela fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS), não havendo atendimentos por demanda espontânea.

Dentre os contemplados estava José. Assim que seu nome foi chamado, o pequeno entrou no consultório médico, observando os aparelhos com uma mistura de medo e curiosidade. Durante o teste das letras, ele teve dificuldade em identificar algumas, e sua mãe comentou que ele enfrentava dificuldades de aprendizagem, mas isso não impediu o exame. Com paciência, a doutora ajudou José a identificar as letras. No final, ela tranquilizou-o, dizendo que sua visão estava ótima, e ele saiu do consultório rindo e pulando pelos corredores.

A mãe de José, Jessica Viana, agradeceu o atendimento e ressaltou a importância da ação.

“Eu sempre levo o José para fazer exames de rotina. Ele está no 1º ano da escola Rosineide Fonseca, no Diamantino, e tem autismo, além de dificuldades de aprendizagem. Fiquei preocupada, pois pensei que suas dificuldades poderiam estar relacionadas à visão. Por isso, solicitei a consulta. O mutirão foi rápido e o ambiente era confortável. Graças a Deus, a doutora disse que a visão dele está ótima. Estou muito agradecida à prefeitura por realizar essa ação maravilhosa.”

Outra criança atendida foi o pequeno Kauê Duarte. A médica explicou calmamente que realizaria alguns testes e pediu a colaboração do pequeno. Durante a consulta, utilizou diferentes métodos: primeiro, pediu que Kauê olhasse para um aparelho iluminado, depois apagou as luzes e utilizou uma lanterna, além de testar uma luz colorida. Por fim, solicitou que ele identificasse algumas letras no monitor.

A doutora Flávia Godoy, oftalmopediatra, explicou os procedimentos realizados.

“Estamos realizando um exame de grau completo para avaliar a saúde ocular de crianças e jovens e, se necessário, prescrever óculos. Os testes realizados incluem a avaliação da acuidade visual, que verifica a capacidade de enxergar em diferentes distâncias. O teste de refração determina o grau de correção necessário. Os exames com luzes avaliam a resposta das pupilas e a saúde da retina. O teste de visão periférica analisa a capacidade de enxergar objetos fora do campo central. O teste de cores verifica a percepção de cores. Por fim, o teste de binocularidade analisa a coordenação entre os olhos.”

A madrasta de Kauê, Maria Elena dos Santos, agradeceu a prefeitura e destacou a importância dessa ação para o diagnóstico do menino.

“Ele ainda é muito pequeno e não fala muito bem, e só desconfiamos que ele poderia ter problemas de visão porque coloca o celular muito perto do rosto. Agora, vamos atrás do óculos dele pois a doutora disse que ele precisa urgente.”

A ação é coordenada em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde (Semsa) e Educação (Semed), além da Secretaria de Educação do Estado, por meio da 5ª Unidade Regional de Educação (5ª URE/Seduc), como parte do Programa Saúde nas Escolas (PSE). Instituído pelo Decreto nº 6.826 de 5 de dezembro de 2007, o PSE é uma política intersetorial que busca integrar educação e saúde de forma contínua, visando melhorar a qualidade de vida dos estudantes. Anualmente, o programa aborda 13 temáticas no ambiente escolar, incluindo a saúde ocular.

A coordenadora do PSE, Danila Sousa, reforça a importância da parceria.

“Essa colaboração entre Saúde e Educação é essencial para que nossos alunos realizem seus exames oftalmológicos, identifiquem possíveis problemas de visão e, quando necessário, iniciem o tratamento com o uso de óculos. Isso contribui diretamente para um bom desempenho escolar. As secretarias de Educação nos ajudaram a identificar os alunos da fila do SUS na rede pública, enquanto nós ficamos responsáveis pelo credenciamento e agendamento.”

RDN, com informações da assessoria