Além do pão de forma, veja outros alimentos que podem dar positivo no teste do bafômetro
O Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de Goiás divulgou um vídeo nas redes sociais no qual mostra que o teste do bafômetro pode dar positivo após o consumo de pão de forma. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) abriu um processo após uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor mostrar que há presença de álcool nos produtos de diversas marcas populares.
O estudo “Tem álcool no seu pão de forma” da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) apontou que após comer duas fatias do alimento, os consumidores poderiam não passar no teste.
Na gravação, divulgada no Instagram, uma mulher come duas fatias de pão de forma de uma marca e, em seguida, realiza o teste do bafômetro, que dá resultado positivo para embriaguez.
O índice apurado pela equipe do Detran foi de 0,12 miligramas por litro de ar expedido. A margem de erro é de até 0,04 mg/litro de ar. Depois, um homem consumiu pão de forma de uma marca e realizou o teste, que deu 0,0 mg/litro de ar.
Em vídeo publicado nas redes sociais do Detran-GO na última terça-feira (16), uma pessoa comeu duas fatias da marca Visconti, enquanto outra ingeriu a mesma quantidade do pão Pullman. Assista:
No vídeo, o Detran orienta os motoristas a terem atenção aos alimentos consumidos antes de dirigir.
No teste com o pão de forma Visconti, o aparelho registrou o índice de 0,12 mg/L, acima da margem de erro de 0,04 mg/L, que é considerado como alcoolizado.
Já na tentativa com a marca Pullman, o resultado do bafômetro foi negativo.
Relembre o caso
Segundo a pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor , se os pães de forma fossem bebidas, os produtos de cinco marcas seriam considerados alcoólicos, ou seja, com teor de álcool superior a 0,5%: Visconti (teor alcoólico de 3,37%), Bauducco (1,17%), Wickbold 5 Zeros (0,89%), Wickbold Sem Glúten (0,66%), Wick Leve (0,52%), e Panco (0,51%).
O levantamento ainda apontou que algumas marcas não passariam no teste do bafômetro, pois duas fatias do pão de forma da marca Visconti teriam o equivalente a 1,69 g de álcool; da Bauducco, a 0,59 g; e da Wickbold 5 Zeros, a 0,45 g.
O texto afirmou que a contaminação dos pães com álcool pode ocorrer no momento de a indústria acrescentar conservantes nos produtos. “O álcool usado para diluição do conservante [colocado após o pão passar pelo forno] deve ser evaporado até o consumo em si do pão, mas se houver um abuso na quantidade do antimofo ou em sua diluição, isso pode não ocorrer e ocasionar em um pão com um teor de etanol muito elevado”, finalizou.
Assim, para não enfrentar problemas com o bafômetro enquanto estiver dirigindo, veja, abaixo, outros alimentos que podem acusar álcool no teste do bafômetro:
- Enxaguantes bucais e xaropes para tosse: produtos de higiene e medicamentos que frequentemente contêm álcool e podem interferir nos resultados do bafômetro.
- Extrato de baunilha: utilizado em confeitaria e contendo álcool em sua composição.
- Frutas fermentadas: frutas maduras que passaram por um processo natural de fermentação, como bananas muito maduras e maçãs.
- Kefir: bebida fermentada que contém pequenas quantidades de álcool.
- Kombucha: uma bebida probiótica feita a partir da fermentação do chá, que também pode conter álcool.
- Vinagre: especialmente vinagre de maçã e balsâmico, que possuem traços de álcool devido ao processo de fermentação.
Segundo doutora em ciências pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e nutricionista, Maria Clara Pinheiro, à CNN, o processo é normal, mas deveria ser finalizado durante o processo de fabricação.
“Os alimentos naturalmente fermentáveis são kombucha, kefir, as próprias frutas que durante o processo de amadurecimento vão fermentando. Essa metabolização do açúcar pelas bactérias forma álcool, álcool etílico. Então isso é uma condição natural do processo de fermentação. E isso acontece no pão de forma também. O pão de forma, quando você junta farinha, fermento, você fermenta esta farinha e aí você tem a produção de álcool. Só que esse álcool é evaporado durante o processo de assar o pão. Então, quando o pão vai ao forno, esse álcool deveria ser todo evaporado”, afirma a doutora.
Fonte: Isto É e CNN Brasil