Coral infantojuvenil do quilombo Bom Jardim estreia em mini documentário com a música “Zumbi dos Palmares”

O mini documentário visa valorizar e reafirmar a identidade cultural dessas comunidades
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Em meio à rica cultura e história do quilombo da Comunidade Bom Jardim, em Santarém/PA, um coral formado por 25 crianças e adolescentes quilombolas está prestes a ganhar destaque em um mini documentário intitulado “Cantos do Quilombo: Zumbi dos Palmares”. A produção audiovisual, que começou a ser gravada esta semana, terá até 15 minutos de duração e celebra a canção “Zumbi dos Palmares”, composta por Anderson Luís, Bruna Marcião e a professora Maria Herivete. A música aborda o sofrimento e a resistência do povo negro durante o período colonial de escravidão no Brasil, um tema lembrado no Dia da Consciência Negra.

O mini documentário visa valorizar e reafirmar a identidade cultural dessas comunidades, fortalecer a luta contra o racismo e a discriminação, e promover a cultura afro-brasileira. Anderson Luís, cantor, compositor e produtor cultural, afirma que o curta-metragem contará a história de alguns moradores da comunidade que representam a narrativa da música “Zumbi dos Palmares”, referindo-se aos Zumbis dos Palmares da atualidade. As cenas serão acompanhadas pela voz do coral.

“Quem são os negros guerreiros e resilientes de hoje em dia? Meus pais, eu e muitos outros lutamos pela liberdade, pelo direito à nossa terra, direito à saúde, direito à educação. O documentário vai mostrar tudo isso”, enfatizou ele, que também é proponente do projeto aprovado pela Lei Paulo Gustavo do município.

O projeto surgiu como parte do curso de graduação em educação do campo do IFPA. Anderson Luís, em parceria com Bruna Marcião, produtora executiva, montou o coral na Escola São Pedro, localizada em Bom Jardim, com apoio da professora Maria Herivete, que já trabalhava a música em sua didática. Juntos, compuseram a nova versão de “Zumbi dos Palmares”, que se tornou um símbolo de luta e esperança para a comunidade.

Foto: Divulgação

Além do documentário, o quilombo vai receber oficinas de carimbó, audiovisual e palestras. Para Bruna Marcião, esse é um momento importante para as crianças e adolescentes que participam do coral. “Pensamos em mais benefícios, como a compra de caixa de som, microfone e mesa de som, que também podem ser utilizados pela comunidade para reuniões, confraternizações e manifestações. Confeccionamos 50 figurinos e presenteamos cada aluno participante com um tênis para o dia da gravação”, detalhou.

Para garantir a excelência das gravações, foi contratada a empresa local AD Produções, que conta com uma equipe de profissionais de ponta e equipamentos de alta qualidade. O curta-metragem também incluirá tradução em libras, promovendo a inclusão de pessoas surdas.

Foto: Divulgação

A expectativa é que o projeto cinematográfico inspire e fortaleça não apenas a comunidade quilombola, mas toda a sociedade, lembrando-nos da importância da luta pela igualdade e justiça. O lançamento da obra está previsto para agosto nas plataformas digitais do grupo Cabocla Tapajó.

Anderson reflete sobre a atuação com as crianças. “Trabalhar com esse público é uma forma de manter a cultura negra e reafirmar nossa identidade. Tentamos, com a música, desconstruir a imagem negativa e preconceituosa da cultura quilombola, mostrando nossos talentos e nossa cultura, da qual temos muito orgulho”, finalizou.

Com informações da assessoria