Teste do coraçãozinho é um dos exames de triagem neonatal instituídos como obrigatórios pelo Ministério da Saúde para ser realizado ainda na maternidade
Realizado ainda na maternidade, o teste do coraçãozinho é um dos exames de triagem neonatal instituídos como obrigatórios pelo Ministério da Saúde para ser realizado nos bebês ainda na maternidade. Simples e indolor, o exame contribui para o diagnóstico de cardiopatias congênitas, que são doenças do coração, que o bebê apresenta desde o nascimento.
“O teste do coraçãozinho deve ser realizado no recém-nascido de termo, acima de 35 semanas, em alojamento conjunto antes da alta hospitalar. Caso esse exame apresente resultado alterado, está indicado a realização de ecocardiograma, que confirma ou exclui a presença de cardiopatia congênita”, explica a cardiologista pediátrica da Santa Casa, Simone Serpa, que realiza o ecocardiograma nos bebês nascidos na instituição, que apresentam alterações no exame do coraçãozinho, a oximetria que mede a porcentagem de oxigênio que está sendo transportada na circulação sanguínea.
Com incidência de um caso para cada 100 nascidos vivos, estima-se que no Brasil a doença afete 30 mil crianças por ano. Simone Serpa esclarece que na maioria dos casos não é possível prevenir as cardiopatias, e em alguns casos a doença pode ser até silenciosa, por isso o diagnóstico precoce é essencial para a sobrevivência dos bebês.
“Os sintomas são variáveis, depende do tipo e da gravidade da cardiopatia. Podemos encontrar desde pacientes assintomáticos até casos graves com hipoxemia (redução de oxigênio no sangue que causa desde falta de ar a tontura e desmaio, até mesmo a morte), insuficiência cardíaca e até choque cardiogênico, que afetam a capacidade do coração de bombear sangue para o corpo”, explica.
Na maioria dos casos de cardiopatia congênita não é possível prevenir devido a origem dessas patologias ser multifatorial, desde causas ambientais, doenças maternas na gestação e genéticas.
A realização do teste do coraçãozinho e ecocardiograma realizados na Santa Casa favorece a população mais carente que não tem acesso à realização de um diagnóstico de cardiopatia congênita precoce no pré-natal.
Segundo a especialista, o diagnóstico é realizado através da história clínica e exame físico do paciente, confirmado com ecocardiograma. “Também é possível que o diagnóstico seja realizado intra-uterino com ecocardiografia fetal e o tratamento depende do tipo de cardiopatia congênita de acordo com sua gravidade. Pode ser clínico, com controle dos sintomas, até a realização de procedimentos via cateterismo e cirúrgicos”, conclui a especialista.
Agência Pará