Dexametasona só deve ser utilizada após orientação médica, alertam Anvisa e conselho de farmácia

Medicamento, que é um forte anti-inflamatório e imunossupressor usado em doenças reumatológicas e alérgicas, se mostrou eficaz no tratamento de doentes graves de coronavírus
Corticoide dexametasona, aplicado em estudo clínico randomizado com cerca de 6 mil pacientes no Reuno Unido, foi capaz de reduzir em 1/3 as mortes de pacientes internados em estado grave. Foto: Yves Herman / Reuters

Assim como qualquer remédio tarjado, o corticóide dexametasona só deve ser utilizado com prescrição médica, afirmaram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Conselho Federal de Farmácia (CFF). O medicamento, que é um forte anti-inflamatório e imunossupressor usado em doenças reumatológicas e alérgicas, se mostrou eficaz no tratamento de doentes graves de coronavírus

“Porém, os resultados positivos observados referem-se apenas a pacientes graves e sob suporte respiratório, não havendo benefício aparente entre aqueles pacientes leves e moderados de covid-19”, escreveu o CFF sobre o estudo batizado de Recovery, que ainda não foi publicado em nenhuma revista científica. 

A Anvisa lembrou que para incluir a eficiência contra o coronavírus na bula do dexametasona, que é utilizado em doenças como reumatismo e asma, é preciso que haja a comprovação por meio de estudos desenvolvidos pelos laboratórios farmacêuticos. “Atualmente, existe um estudo aprovado e em desenvolvimento no Brasil para o uso de dexametasona no tratamento de covid-19. O tempo para o desenvolvimento destes estudos depende do patrocinador da pesquisa e das instituições de pesquisa envolvidas”, disse em nota. 

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Efeitos colaterais 

O dexametasona tende a diminuir a produção natural do cortisol ou hidrocortisona, dois hormônios reguladores do corpo, além de induzir uma queda de imunidade, escreveu o sanitarista Gonzalo Vecina Neto em sua coluna no Estadão

O Grupo DPSP, que detém as Drogarias Pacheco e a Drogaria São Paulo, disse que ainda não notou aumento na demanda do medicamento em suas redes e esclareceu que o papel do farmacêutico é orientar os clientes sobre o risco de automedicação e que o uso de remédios deve ser feito sempre com orientação médica.

Procurada via e-mail, a Raia Drogasil não respondeu até a publicação desta reportagem. 

Fonte: Estadão