De 1º de outubro a 8 de novembro, as UBS’s de Santarém registraram mais de 200 casos de síndromes respiratórias associadas à inalação de fumaça.
Nas últimas semanas, Santtarém tem sido afetada por uma densa nuvem de fumaça, causando grande preocupação entre os moradores. No período de 1º de outubro a 8 de novembro, as Unidades Básicas de Saúde da zona urbana, assim como as das áreas de rios e planalto, registraram um total de 209 casos de síndromes respiratórias associadas à inalação de fumaça. Além disso, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas, já foram atendidos 17 pacientes até o momento. Diante desse cenário, o médico Eduardo Cardoso, que atua na UPA, fez algumas orientações sobre os cuidados que a população deve adotar.
O Dr. Eduardo explica a importância de proteger as vias respiratórias diante da nuvem de fumaça, pois, de acordo com ele, “a queima das micropartículas presentes na fumaça, a partir da inalação, vão adentrar nas vias áereas respiratórias e podem causar danos”.
De acordo com o médico, os grupos mais vulneráveis são aqueles que já possuem doenças pulmonares pré-existentes, como doença pulmonar obstrutiva crônica e asma. Para proteger as vias aéreas respiratórias, o médico dá duas opções:
“O uso de máscaras cirúrgicas, que são as mais indicadas, como aquelas utilizadas no pronto atendimento, ou máscaras N95. No entanto, é importante ressaltar que essas máscaras não oferecem uma proteção completa, permitindo a passagem de ar, que muitas das vezes tem o gás carbônico em maior quantidade que vai prejudicar a respiração de qualidade”, enfatizou.
Algumas pessoas optam por utilizar panos umedecidos, porém eles são mais indicados para ambientes secos, pois umidificam o ar sem impedir a entrada de gases na via aérea respiratória.
“A forma mais efetiva de prevenção é evitar o contato direto com a fumaça. Se você está em uma área com fumaça em nível acentuado, ficar dentro de casa, se for possivél, é o mais indicado”, orientou o médico.
O médico alerta que, como consequência da inalação da fumaça, é comum o surgimento de sintomas como tosse e chiado no peito. Devido à dificuldade na troca respiratória, o nível de gás carbônico aumenta e o de oxigênio diminui, e as pessoas com comprometimento respiratório, geralmente, apresentam uma baixa na saturação de oxigênio, ficando abaixo da taxa de 95%, que é indicada para a população jovem.
“Quando a pessoa identificar o uso de musculatura acessória, como puxar mais a costela para respirar, é indicado buscar atendimento na UPA 24 horas”, alertou.
A inalação constante da fumaça pode agravar, também, doenças respiratórias crônicas e causar danos irreversíveis devido ao acúmulo de dióxido de carbono ou monóxido de carbono. O médico enfatiza que os grupos mais vulneráveis e que devem ter cuidados redobrados são crianças, gestantes, idosos e pessoas com doenças pulmonares crônicas.
“É fundamental utilizar máscaras adequadas ao sair de casa, principalmente, para pessoas com problemas respiratórios pré-existentes”, afirmou.
A titular da Semsa, Irlaine Figueira, destaca a importância da população procurar ajuda médica.
“Em caso de desconforto respiratório, a orientação é buscar a UPA, onde nossos profissionais realizarão a inalação e todos os procedimentos necessários para minimizar o impacto dessa situação na saúde da população. Além disso, reforço a importância de denunciar casos de queimadas. Juntos, podemos agir para preservar a saúde de todos”, enfatizou.
Ascom PMS