William Fonseca foi preso na terça (29) por desobediência, ameaça e disparo de arma de fogo durante operação do Gaeco.
Após o pagamento de fiança arbitrada em 15 salários mínimos pelo desembargador Leonardo de Noronha Tavares, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, o prefeito Delegado Fonseca (PRTB) foi solto nesta quinta-feira (01) à tarde. Na frente da delegacia de Oriximiná, oeste do Pará, dezenas de apoiadores aguardavam o gestor que estava preso desde terça-feira (29).
William Fonseca foi preso destruição de provas, posse ilegal de arma de fogo, disparo ilegal de arma de fogo, ameaça de morte, desobediência e resistência, durante operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI).
O prefeito se recusou a entregar seu telefone celular aos agentes do Gaeco e deu três tiros no aparelho.
Na saída da delegacia, Fonseca conversou com os apoiadores, agradeceu por eles terem acreditado nele e permanecido no local até ele ser colocado em liberdade, e fez um breve pronunciamento transmitido em uma rede social, no qual acusou o Ministério Público de interferir no trabalho da polícia.
Segundo o prefeito, sua prisão foi ilegal porque não havia mandado expedido pelo Tribunal de Justiça contra ele. Disse ainda estar sendo alvo de perseguição e que não vai permitir que ninguém faça ‘show pirotécnico’ para aparecer em cima dele.
“Eu fui conduzido pra cá de maneira ilegal, não existia mandado do Tribunal para me prender. Ministério Público tem respeitar o papel do delegado. O delegado conquistou aquele cargo por meio de estudo. Eu vou mostrar a interferência do Ministério Público, porque o delegado não teve autonomia para fazer o trabalho dele dentro da delegacia. Quando eu fui delegado aqui em Oriximiná vocês viram alguma vez o Ministério Público dizer o que eu tinha que faz? Não, porque eu nunca dei espaço pra esse tipo de interferência. Agora, o Ministério Público ficou falando no ouvido do delegado o que ele tinha que fazer, interferindo no trabalho da polícia”, acusou Fonseca.
Sobre o episódio dos tiros no aparelho celular que era alvo de busca e apreensão da operação do Gaeco, o prefeito alegou que tomou a atitude para que fotos íntimas dele e da esposa não fosse vistas por terceiros.
“O bem mais precioso do ser humano é a vida, e o segundo é a liberdade. A gente que estudou as leis não pode compactuar com atitudes ilegais, seja lá de quem for. O que fizeram na minha casa foi um abuso. Eu atirei no celular porque tinha fotos íntimas minhas e da minha esposa, e eu não ia deixar que pessoas sujas e que não respeitam as suas famílias, que aqui na cidade é o ‘garanhão’, que dá em cima e assedia muitas pessoas, ter acesso a imagens da minha família. Eu prefiro morrer, do que ter violada a intimidade da minha família. Se vocês acham que vão me intimidar com todo esse teatro que vocês fizeram, vocês estão muito enganados. Agora eu estou muito mais atento”, disse Fonseca.
O prefeito é investigado em inquérito civil do MPPA que apura notícia de fato de “improbidade administrativa de dano ao erário, e suposto risco de enriquecimento ilícito pelo desvio de finalidade pública do uso da Guarda Municipal como segurança particular do prefeito”.
Fonte: g1 Santarém