Estabilização do PSM atua salvando vidas; médicos pedem prudência em período de festas comemorativas

Segundo um levantamento do setor de estabilização do HMS, o número de atendimentos aumentou consideravelmente nos últimos cinco meses.
Foto: Ascom HMS

O setor de estabilização do Pronto Socorro Municipal de Santarém atua 24h na assistência a pacientes com quadro crítico/grave, ou seja, aqueles que se encontram em risco iminente de perder a vida. Nos últimos 5 meses, no período de julho até o momento, de acordo com um levantamento realizado pelo setor, o número de atendimento somou 306 pacientes. Diante disso, a equipe médica faz um alerta para os cuidados preventivos em saúde, principalmente quanto à imprudência no trânsito nesse período festivo de final de ano.

A atuação no setor é contínua, e a equipe tem percebido um número crescente na assistência a pessoas com quadro grave. No mês de julho o setor admitiu 57 pacientes, em agosto subiu para 73, no mês de setembro o número foi ainda maior chegando a 83 pessoas com quadro grave, em outubro foram 93 pessoas em tratamento crítico, somando um total de 306 pacientes. Um comparativo mais detalhado de outubro, em linhas gerais, trata-se de 3 pacientes graves dando entrada no setor diariamente. Essa é considerada uma rotatividade alta e preocupante, de acordo com a equipe médica do setor.

Dra Gláucia D`Andretta, médica emergencista da estabilização do PSM, explica que o setor é fechado e que recebe pacientes graves de Santarém e região oeste do Pará.

“Chegam pessoas que vem até o Hospital já com quadro delicado, recebemos também os internados que evoluem com complicações e transferências de outras cidades ou da UPA, além dos que chegam pelo SAMU ou Corpo de Bombeiros. Percebemos o aumento no número de casos de trauma por trânsito, trauma por briga, ferimento de arma branca, arma de fogo. Muito embora seja comum darem entrada pessoas com complicações de doenças crônicas”, enfatiza ela.

Para o enfermeiro da estabilização, Wallace Reis, que atua no setor há 9 meses, o fluxo e a rotatividade de pacientes é grande, onde muitos dos casos poderiam ter sido evitados. “A gente faz uma chamada de atenção nesses período de festas, de comemorações, que não exagere no álcool, que sejam mais prudentes no trânsito. De dois meses pra cá a gente tem recebido muitos traumas e esfaqueamento. A gente está aqui procurando dar o nosso melhor para todos que precisam, mas é importante ter atenção a prevenção a vida”, enfatizou ele.

A sala tem 7 leitos e mais um extra, com uma equipe que inclui médicos emergencistas, residentes médicos, equipe de enfermagem, fisioterapeutas, além da visita dos médicos especialistas para avaliar em conjunto os casos. De acordo com a Dra Glaucia, que já atuou em hospitais de outros estados, a estabilização do PSM, em geral, é o primeiro lugar onde qualquer pessoal em situação grave vai ser levado e cuidado. “Eu vou falar uma avaliação particular minha que já atuei em alguns hospitais de outros estados, aqui, nós vemos comprometimento, unidade, ensino, uma coordenação médica preocupada em estarmos atentos a tudo, em sanar as necessidades. Eu gosto muito de trabalhar nesse serviço e ver muitas vidas sendo salvas, porque esse é o nosso objetivo”, enfatizou.

Alerta para prevenção a doenças crônicas

A médica ressalta para situações evitáveis que diz respeito a precaução com doenças crônicas, para ela, muitos pacientes que chegam por complicações clínicas de uma patologia que ele já tem de base, como a diabete, hipertensão, doenças sexualmente transmissíveis, ocorre por falta de não manter o acompanhamento clínico ou por param de tomar as medicações.

“Essa falta de atenção à saúde tem consequências, como a evolução para uma complicação que poderia ter sido evitada. Isso a população deve ficar muito ciente, por que existem as redes secundárias como UBS, ambulatório, que dão assistência médica. Além do fato de atender as orientações do profissional da saúde”, detalha a Dra Gláucia.

Ela explica que podem ocorrer complicações em pacientes com doenças crônicas que mantêm o acompanhamento na rede primária, no entanto, nesses casos, afirma a especialista, a pessoa terá um médico referência que a equipe pode tentar contatar para saber a real condição da pessoa. “Pelo bom relacionamento que os médicos têm na cidade é possível achar esse profissional para que ele dê seguimento ao tratamento após sair da estabilização e do Hospital. Então esse é um dos benefícios de quem se previne e cuida da saúde”, disse.

A Dra Gláucia reforça também orientação de prevenção para as grávidas, que em alguns casos não realizam o pré-natal de forma correta. “A gente acaba se deparando com mães jovens que não ficaram em alerta no pré-natal, que chegam no Hospital e evoluem em complicações extremas”, relata.

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Capacitação da equipe

Os profissionais estão cada vez mais capacitados e os líderes cada vez mais exigentes quanto aos profissionais que estão trabalhando em cada setor do PSM, HMS e UPA da cidade. O setor de estabilização precisa de atenção redobrada, por se tratar de um espaço que recebe pessoas com quadro crítico. “Sabemos que somente o Hospital Municipal de Santarém é porta aberta para urgência e emergência e que seja quem for a pessoa, com maior nível de recurso ou não, se ela estiver com risco de morte, ou um trauma grave, ela vai ser levada para a nossa estabilização. Por isso, a gente tem um olhar especial para esse setor. Nossa equipe tem cada vez mais se especializado na área”, finaliza a profissional.

Ascom HMS