Participantes entregaram carta ao representante do Estado com o posicionamento das lideranças e as reivindicações feitas face ao Planbio
Aproximadamente 70 pessoas participaram da terceira oitiva regional para a construção do Plano Estadual de Bioeconomia (Planbio) realizada na última quarta-feira (05), em Santarém, que contou com a presença de representantes dos povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e agricultura familiar (PiQCTAFs) da região Baixo Amazonas e Tapajós, além de atores locais. O encontro foi realizado no Centro Regional de Governo local, no oeste do Pará, e é a terceira das quatro que o Governo do Estado do Pará está fazendo no processo de construção do Planbio.
A oitiva permite que sejam reunidas considerações sobre os três eixos temáticos de sustentação do plano: pesquisa, desenvolvimento e inovação; patrimônio cultural e patrimônio genético; e cadeias produtivas e negócios sustentáveis. O evento tem o apoio da ONG The Nature Conservancy (TNC) e contou com a participação de facilitação oral e gráfica.
O momento foi dividido em fases, com a oficina preparatória específica para os PIQCTAFs e explanação sobre o processo multisetorial de elaboração do Plano até a fase atual. Na quarta, foi entregue oficialmente uma carta ao representante do Governo do Estado com o posicionamento das lideranças participantes com as reivindicações feitas em relação ao Plano.
Planbio – O Pará está redefinindo o seu modelo de desenvolvimento socioeconômico com estratégias de bioeconomia pautadas no recorte das soluções baseadas na natureza, com valorização do conhecimento tradicional e patrimônio cultural paraense. O Planbio assegurará um modelo socioeconômico de menor impacto ambiental, baixas emissões de gases de efeito estufa e maior inclusão social para o Estado.
Foto: Divulgação”Este Plano traz uma nova matriz econômica para o estado do Pará, ele traz uma nova forma de gerar desenvolvimento, renda e riqueza para as populações do estado. Hoje ainda temos uma economia muito baseada no extrativismo e agropecuária extensiva. Então, precisamos de uma diversificação e ela vai vir a partir da nossa biodiversidade e patrimônio cultural, que é o que nos distingue do mundo inteiro. Se utilizada de forma justa e inclusiva, essa é a grande oportunidade amazônica atual. Então, esta é a ideia, o mote, o objetivo que a temos. Uma transição para um modelo socioeconômico mais justo e que gere riqueza para o nosso povo”, afirmou Camilla Miranda, coordenadora de Bioeconomia e Mudanças Climáticas, Serviços Ambientais da Semas, a representantes das instituições participantes.
A expectativa é de que o Plano seja apresentado à sociedade neste mês de outubro, conforme prevê a Estratégia Estadual de Bioeconomia – uma iniciativa pioneira no país, ancorada na Política Estadual de Mudança do Clima (PEMC) e no Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA). A Estratégia foi lançada no ano passado durante o Fórum Mundial de Bioeconomia, em Belém, realizado pela primeira vez foi fora da Europa.
Coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), a construção do Plano é multissetorial e envolve órgãos de governo, setor privado, instituições de pesquisa, ONGs, PIQCTAFs e da sociedade, em geral.
O desenvolvimento do Plano é conduzido pelo Grupo de Trabalho (GT PlanBio), formado por mais de 40 instituições, entre setores produtivos, técnico-científicos e outros segmentos que participam dos debates sobre bioeconomia e desenvolvimento de baixas emissões de carbono, selecionadas por meio de edital público, lançado em novembro passado pela Semas.