Urina preta: UPA 24h e HMS orientam sobre aumento de casos suspeitos da doença em Santarém

O paciente com sintomas deve procurar primeiro a UPA e após a internação será transferido para o HMS; veja quais os sintomas

No mês de setembro houve um crescimento no número de atendimento de pessoas com sintomas da doença de Haff, conhecida como urina preta, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h de Santarém, que é o local de referência para o primeiro atendimento desses casos. Os dados dos setores de epidemiologia da UPA e do Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo aponta que até o momento 48 atendimentos foram realizados nas duas unidades; além de mais 6 acolhidos em outras unidades hospitalares. Diante disso, os infectologistas orientam e fazem um alerta sobre o armazenamento de algumas espécies de peixes que estão sendo consumidas pra população. A Vigilância Sanitária do município está realizando ações educativas e de conscientização sobre o armazenamento do pescado.

A UPA atendeu 43 pacientes com sintomas da doença do dia 1º de setembro até hoje (20). Desses, 19 foram transferidos para o Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo e mais 5 procuram acolhimento direto no HMS, no mesmo período. Permanecem nas referidas unidades: dois em observação na Unidade de Pronto Atendimento e três estão internados no HMS. O peixe Pacu foi o mais consumido, somando 44 pacientes. Todos fizeram o exame para identificar a patologia e até o momento aguardam o resultado. Dos dados mencionados, 34 foram homens e 14 foram mulheres.

O fluxo para receber quem sentir algum sintoma após o consumo do peixe é a observação clínica na UPA e caso o médico avalie que é necessário internar, a pessoa é transferida para o Hospital Municipal, que dará continuidade ao tratamento com retaguarda dos médicos especialistas. Caso seja necessário, essa pessoa terá assistência dentro do setor de estabilização ou da UTI.

Segundo a responsável pelo setor de epidemiologia da UPA, enfermeira Jéssica Reis, todos os pacientes internados com os sintomas da doença são notificados e em seguida é acionada a Vigilância Epidemiológica do Município, que comunica o Estado.

“Esse novo fluxo está baseado na nota técnica divulgada pelo governo do Estado por meio da SESPA. Todos estavam com escurecimento da urina, alguns apresentaram rigidez nos músculos. Muitos apresentaram sintomas leves e em menos de 24h receberam alta, os que necessitam de mais atenção foram para o HMS, nenhum precisou ir para estabilização até o momento. É importante dizer que esses 47 pacientes são considerados casos suspeitos até que saia o resultado dos exames”, disse.

De acordo com o infectologista, Dr. Alisson Brandão, o armazenamento correto é muito importante para evitar a doença. “A nossa orientação é que a população tenha cuidado em observar a procedência do peixe, sempre adquirir pescado que tenha registro e fiscalização pelo competentes e que ele esteja bem acondicionados”, alertou.

A prefeitura do município está acompanhando os relatos desses pacientes, principalmente no que diz respeito a procedência do pescado. A epidemiologia do município notificou até o momento 54 casos.

Sintomas

Alisson Brandão afirma que a “Urina preta” está associada a uma intoxicação relacionada à ingestão de alguns peixes encontrados nos rios da região. “Ocorre extrema rigidez muscular de forma repentina, pode ocorrer dores musculares, dor torácica, dificuldade para respirar, dormência, perda de força em todo o corpo e o sintoma marcante é a urina na cor de café, pois o rim tenta limpar as impurezas, o que pode causar uma lesão na musculatura”, enfatizou.

Os sintomas costumam aparecer entre 2 e 24 horas após o consumo dos peixes ou crustáceos. “O que a gente vê mais são pescado de origem artesanal, o peixe que mais identificado a essa síndrome no nosso município é o Pacu. Mas também tem relatos com Pirapitinga, Curimatã e ao Tambaqui”, finalizou.


Ascom HMS e UPA