Profissional atua como facilitadora de questões burocráticas do tratamento e proporciona suporte emocional
Francyane Farias dos Santos, de 37 anos, moradora do distrito de Fordlândia, no município de Aveiro, está em tratamento contra um câncer do colo do útero no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém.
A paciente é uma das primeiras que recebem acompanhamento de um projeto inédito, que está em fase de implementação no HRBA, chamado de “Enfermeiros Navegadores”. Implementada nos EUA nos anos 1990, a navegação chegou ao Brasil só recentemente, importada pela rede privada hospitalar.
A iniciativa consiste em um profissional da Enfermagem que atua mitigando as barreiras entre o paciente e o tratamento prescrito pela equipe assistencial, cuidando e fornecendo suporte para ele e seus familiares para que tenham suas dúvidas esclarecidas e pleno acesso aos serviços da unidade.
“Graças a Deus e à enfermeira Maria eu estou aqui e vou concluir o meu tratamento”, garante Francyane.
A enfermeira Maria Raimunda Brito é quem faz o trabalho de navegação no hospital. Além de atuar como facilitadora desses usuários, ela conta que também proporciona suporte emocional a eles e aos familiares durante todo o processo.
“Eu recebo esses pacientes desde a primeira consulta. Conheço o perfil de cada um e tento de todas as formas facilitar a vida dele dentro do hospital. O paciente chega aqui cheio de dúvidas e a gente trabalha para esclarecer o máximo possível, para que eles persistam e obtenham o máximo do potencial do tratamento oferecido”, detalha a enfermeira navegante.
Para a profissional, realizar este trabalho é ainda mais especial, pois em 2018 descobriu um linfoma de Hodgkin, um câncer no sistema imunológico, e esteve na posição de paciente.
“Eu sei o que passa pela cabeça nessas horas. Também tive uma pessoa como referência, com quem eu podia contar durante meu tratamento. Isso me deu força. A minha maior motivação é saber que eu posso ajudar. Eu levanto todos os dias e sei que aquele paciente vai estar me esperando e que eu estarei ali por ele”, conta, emocionada.
Projeto tem adesão de pacientes
Atualmente, sete pacientes em tratamento de câncer do colo do útero recebem o apoio de uma profissional que faz a navegação e direcionamento pela unidade.
Na prática, a enfermeira navegadora é a principal referência do paciente dentro do hospital. Ela orienta sobre agendamento e realização de exames, esclarece dúvidas sobre reações dos medicamentos, fornece informações aos acompanhantes, dá suporte emocional e, quando necessário, encaminha o paciente para atendimento com psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta ou outra especialidade.
“É uma profissional com conhecimento prático e teórico em oncologia e atua nas diversas etapas do atendimento e tratamento do paciente. O objetivo é minimizar as dúvidas e ansiedade deles, dos familiares e cuidadores”, explica a diretora assistencial do HRBA, Camila Barral.
A unidade pública da rede estadual do Pará, gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde, é referência em tratamento oncológico na região Norte do país.
A diretora complementa que o projeto está em conformidade com estratégias de gestão da Pró-Saúde, inserindo o paciente no centro do cuidado. “Assim, contribuímos para uma melhor adesão ao tratamento e um desfecho clínico positivo para esse paciente”. Os benefícios se estendem para a gestão hospitalar, também, pois a prática torna o tratamento mais eficiente e, consequentemente, racionaliza o uso de recursos públicos.
Referência em atendimento de média e alta complexidades para 1,4 milhão de pessoas residentes em 30 municípios da região do Baixo Amazonas, Oeste do Pará e Xingu, o HRBA presta atendimento 100% gratuito, via Sistema Único de Saúde (SUS). Certificado com a ONA 3 Acreditado com Excelência, está entre os melhores hospitais públicos do país e possui reconhecimento internacional pela qualidade assistencial e segurança destinada aos pacientes.
Com informações da assessoria