Operação “Norte Tropical”, da Polícia Judiciária de Portugal, foi iniciada nesta semana. Dupla presa teria ligação com um esquema liderado pelo maior traficante português, conhecido como “Xuxas”
Dois paraenses foram presos pela Polícia Judiciária de Portugal esta semana pela Operação “Norte Tropical”, com a acusação de participar de esquema de tráfico internacional de drogas. O carregamento ilegal de cocaína estaria escondido em cargas de açaí e teria saído do Porto de Vila do Conde, em Barcarena. A dupla faria parte de um esquema maior comandado por Ruben Oliveira, conhecido como “Xuxas” – maior traficante português -, e pelo Sérgio Carvalho – o “Major Carvalho”, também chamado de “Escobar brasileiro”. Ambos também já foram presos.
Veja como foi a prisão do “Escobar brasileiro” *(clique assistir no YouTube)
A Polícia Judiciária portuguesa confirmou a prisão dos brasileiros pela droga apreendida em carga de açaí, mas não forneceu os nomes deles. Porém, de acordo com informações extraoficiais, um dos acusados é um jovem empresário de Barcarena e o outro seria agente de segurança, lotado em Belém. A polícia portuguesa confirmou que prossegue com as investigações e com as buscas a mais pessoas envolvidas no esquema.
Operação apreendeu carga suficiente para fazer mais de 3 milhões de doses de cocaína
Em nota, a Polícia Judiciária de Portugal confirmou que “através da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, desencadeou, nos últimos dias, uma operação policial no decurso da qual foi possível localizar e depois apreender elevada quantidade de cocaína”.
A autoridade informa ainda que a droga “seria suficiente para a composição de pelo menos 3.200.000 (três milhões e duzentas mil) doses individuais”. A droga apreendida estava em um “carregamento de açaí congelado, que havia chegado recentemente a Portugal num contentor marítimo, proveniente de um país da América Latina”, informa a polícia portuguesa.
Segundo a polícia, existem ainda “fortes suspeitas de (os dois presos) integrarem uma organização criminosa que se dedica à introdução de grandes quantidades de cocaína no continente europeu”, informa.
Dupla estaria ligada ao esquema do “Escobar brasileiro“
Major Sérgio Carvalho, o ‘Escobar brasileiro’, está preso desde o dia 23 de junho em Portugal
De acordo com informações extraoficiais, o tráfico de drogas em cargas de açaí faz parte de um esquema comandado pelo português Ruben Oliveira, de 28 anos, o “Xuxas”. Ele é considerado pelas autoridades portuguesas como o maior traficante do país e com vasta rede de ligações.
Ele seria um dos nomes fortes do traficante brasileiro Sérgio Carvalho, o “Major Carvalho”, que foi preso na semana passada na Hungria, em megaoperação que envolveu a Polícia Federal brasileira, a polícia portuguesa e a Interpol. Carvalho ficou conhecido como o “Escobar brasileiro”, em referência a Pablo Escobar, colombiano que ficou famoso por comandar um cartel do narcotráfico e estava fugido de Portugal desde quando começou a megaoperação “Exotic Fruit”, em fevereiro deste ano.
Segundo as investigações, Rubem Oliveira tornou-se “sócio” de Sérgio Carvalho a partir de 2018, ficando responsável por recrutar e organizar as cargas de drogas vindas da América do Sul até a Europa, com entrada por Portugal, via marítima e aérea. Rubem, o “Xuxas” foi preso em fevereiro deste ano, em operação chamada “Exotic fruit “, ou “fruta exótica”, em tradução simples. O nome faz referência ao esquema comandado por Xuxas, que traficava cargas de cocaína em cargas de exportação de frutas, como banana e mamão. E, com a recente prisão de dois paraenses, estaria também traficando drogas em cargas de açaí.
“Xuxas” ainda tentou camuflar a fortuna que ganhou com o narcotráfico, mas a grande quantidade de automóveis de luxo que usava para se deslocar foi determinante para denunciar seu paradeiro. Entre os carros usados por ele, estavam Porsche, Mercedes e BMW. O narcotraficante foi preso no bairro dos Olivais, em Lisboa (POR), após uma movimentação de dinheiro, que seria usado para a nova fuga dele. O destino escolhido tinha sido Madrid, na Espanha. Atualmente, ele está preso na penitenciária de alta segurança de Monsanto, em Portugal.
Fonte: O Liberal