Índice cresce, mas ainda está longe dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
Santarém apresenta números positivos na taxa de isolamento social desde o dia 19, quando foi integrada aos municípios que precisam cumprir o lockdown, previsto no decreto governamental 729/2020. De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), na segunda-feira (18), o índice era de 39% e cresceu para 48% no dia seguinte, quando a norma entrou em vigor na cidade. Na quarta-feira (20), a taxa subiu para 49,5%.
O secretário Regional de Governo do Oeste do Pará, Henderson Pinto, avaliou os dois primeiros dias do lockdown de forma positiva, mas diz que ainda é cedo para comemorar. “Notamos que a população está aderindo às medidas. Logicamente, é preciso levar em conta o percentual da população que continua nas atividades essenciais, mas acredito que essa crescente é uma tendência porque, nessa quinta-feira (21), observamos um movimento bem menor nas ruas”, considerou Henderson.
Para o secretário, as pessoas têm ajudado ao permanecer em casa e sair apenas para atividades essenciais. “Mas é preciso uma contribuição maior nesse período. O ideal é chegar pelo menos a 55% a 60% nesses índices de isolamento social. A população, de forma consciente e voluntária, precisa ser a primeira a aderir aos cuidados necessários”, complementou Henderson.
Os últimos boletins da Secretaria de Estado de Saúde Pública registram, até a tarde desta quinta-feira (21), 522 casos confirmados de Covid-19 e 22 óbitos em decorrência da doença, em Santarém.
Barreiras de fiscalização foram montadas em pontos da cidadeFoto: Ronilma Santos / SRGBA
Para reforçar o cumprimento do decreto, órgãos de Segurança do Estado e Município estão nas ruas fazendo as abordagens necessárias. De acordo com dados da Polícia Civil, na noite de quarta-feira (20), seis sanções foram aplicadas pelo funcionamento de estabelecimento de atividade não essencial.
Barreiras de fiscalização também foram montadas em diversos pontos da cidade, com aplicação de multas para aqueles que não justificarem o motivo do deslocamento. Não foi o caso de Agenor Maciel, morador do bairro Nova República, que trabalha com entrega de alimentos, serviço permitido durante o lockdown. Ele foi abordado na blitz próxima à sua casa, mas não teve problemas por estar devidamente documentado pela autodeclaração, além de estar vestido com fardamento da empresa.
Ele apoia a iniciativa e acredita que as medidas são necessárias para conter o avanço da doença. “Eu fui parado, mas não fiquei zangando porque sei que é preciso fazer isso. Muitas pessoas não estavam levando a sério. Se eu pudesse também estaria em casa, mas já que não posso, aqui estão meu (álcool) gel, minha máscara e uma camisa reserva para trocar ao longo do dia. Acredito que logo vamos sair dessa”, desejou Agenor.
O decreto 729/2020 permite saídas para compra e retirada de alimentos, remédios, produtos médico-hospitalares e produtos de limpeza e higiene pessoal, restrito a uma pessoa do grupo familiar; consultas e exames médicos próprio ou de um acompanhante; realização de saques e depósitos de dinheiro; trabalhos em serviços e atividades essenciais.
Durante a vigência da norma, está proibida a circulação de pessoas sem necessidade comprovada; sem o uso de máscara; com sintomas da Covid-19, exceto para consultas e exames médicos. Além disso não é permitido qualquer tipo de reunião, inclusive de cunho religioso, visita em casas e prédios onde não se resida; e deslocamentos intermunicipais. O decreto na íntegra pode ser acessado aqui.
Agência Pará