Nova aciaria, em Marabá, vai produzir tarugos de aço e contribuir com a verticalização mineral no Estado
Em agenda pública no município de Marabá, no sudeste do Estado, o governador Helder Barbalho participou, nesta segunda-feira (9), do evento de assinatura entre a empresa Vale e a Siderúrgica Norte Brasil S.A (Sinobras) – empresa do Grupo Aço Cearense – de um termo de compromisso para o desenvolvimento de uma nova aciaria para a produção de tarugos de aço a partir do ferro gusa, processo que garantirá a verticalização da produção e contribuirá para a geração de emprego e renda na região. O Pará é o principal estado brasileiro de produção mineral. A ocasião também foi marcada pelo anúncio da expansão das operações da Sinobras no município.
Com o projeto da aciaria, serão gerados, na fase de construção, 1,8 mil empregos e, na fase operacional, 510 empregos diretos e 10,1 mil indiretos. O acordo prevê que o fornecimento da matéria-prima (ferro gusa) para a nova aciaria seja feito pela empresa Tecnored, subsidiária da Vale, em fase de implantação no município. Já a operação da aciaria será feita pela Sinobras. O tarugo é usado como matéria-prima pelas siderúrgicas no processo de laminação a quente, podendo resultar em vários tipos de produtos como barras, perfis, fio máquina, vergalhão CA50, entre outros.
Pelo acordo assinado, a Vale apoiará o projeto através da emissão de garantias, após a conclusão da engenharia, que viabilizem o financiamento a ser contratado pela Sinobras para instalação da nova aciaria. Já a Sinobras, empreendedor que possui atuação há mais de 15 anos em Marabá, será a responsável, além dos estudos de engenharia, pela implantação e operação da planta.
A partir da assinatura do termo, a Sinobras irá desenvolver o projeto de engenharia, que deve ser concluído até o fim de 2023. O cronograma de obras detalhado será apresentado a partir da fase de estudos de engenharia.
“Hoje, nós damos um passo decisivo para a consolidação da verticalização da mineração no nosso Estado. O Pará é a maior província de minério de ferro em todo o Brasil e não pode admitir a continuidade de um processo meramente extrativo. Precisamos garantir com que a siderurgia, a mineração, a verticalização mineral possam acontecer em nosso Estado, para gerar emprego, garantir oportunidades para que as pessoas possam trabalhar e mais do que isso, quando se verticaliza, se abre oportunidades para que outras atividades possam se agregar a esta operação, então hoje, assistimos aqui, a partir de uma articulação feita pelo Governo do Estado junto com a prefeitura de Marabá, o acordo sendo firmado entre a Sinobras e Vale, garantindo o processo de verticalização e, a partir daí, com o apoio da Associação Comercial e Industrial de Marabá, a busca de novas operações, novas empresas que queiram vir para cá, para que a geração de emprego possa acontecer”, informou o governador do Estado Helder Barbalho.
“Essa iniciativa integra um conjunto de investimentos e compromissos que a Vale assumiu junto aos paraenses. A nova aciaria tem conexão com outros projetos da empresa, gerando uma sinergia estratégica para o mercado e todos os negócios envolvidos, como a Tecnored, que anunciamos recentemente em Marabá. Ao todo, estamos investindo R$ 12,2 bilhões em projetos no sudeste do Pará, gerando cerca de 14 mil empregos no pico das obras”, afirmou Eduardo Bartolomeo, diretor-presidente da Vale.
Para Ian Corrêa, vice-presidente do Grupo Aço Cearense, um dos principais benefícios que os projetos anunciados trazem para o município e para o Estado é a oportunidade de atração de novas empresas que fortaleçam a cadeia produtiva. “Aqui, estamos proporcionando a criação do polo metal-mecânico de Marabá, criando condições para isso. Estamos colocando aqui três grandes projetos. Tem o projeto da Sinobras, a ampliação que já está acontecendo, funcionando com novos produtos, tem o projeto Tecnored, da Vale, e hoje nós estamos lançando o novo empreendimento que é a planta de produção de tarugos, fruto de uma parceria entre a Vale e a Sinobras. Esses três empreendimentos proporcionam a atração de novas empresas para poder utilizar os produtos gerados a partir disso e criarem novas indústrias para dar suporte a esses três grandes projetos”, disse Corrêa.
Verticalização
José Fernando Gomes Júnior, secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, explica que a nova usina contribuirá com o processo de verticalização da produção minerária no Estado. “Essa é uma pauta muito positiva. Por determinação do governador Helder, trabalhamos em parceria com as demais secretarias para que acontecesse hoje a assinatura do entendimento entre a Sinobras e a Vale para avançar no processo de verticalização aqui no Estado, gerando emprego, renda, desenvolvimento e proporcionando também que possamos atrair empresas para fazer a verticalização com esse acordo feito. A expansão da Sinobras e a implantação de uma dessas aciarias, em parceria entre as duas empresas, só acontecem devido ao ambiente de negócios criado pelo governador no Pará, que tem como uma de suas prioridades a verticalização, que é o processo de transformação do minério bruto em produtos derivados aqui mesmo no Estado, para que assim possamos consumir, exportar e gerar emprego e renda”, destacou.
“Agora, mais do que nunca, é importante que as empresas se preparem para fornecer para essas duas empresas para que esses empreendimentos locais também possam participar e contribuir com o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva”, concluiu o secretário.
O prefeito de Marabá, Tião Miranda, ressalta que este é um passo importante para a industrialização mineral, com viabilidade econômica. “O mais importante deste projeto de verticalização na siderurgia é que ele possui viabilidade econômica. Vai começar com 250 mil toneladas de ferro gusa, usando uma nova tecnologia mais sustentável, que é o Tecnored, e vão transformar em aço, chegando a 500 mil toneladas, já com um comprador que vai industrializar e que tem expertise nisso, que é a Sinobras. Portanto, esse é um passo importante para a industrialização do minério. Mineração sem verticalização não traz desenvolvimento para a região, por isso nós precisamos verticalizar o nosso minério para trazer desenvolvimento e emprego de qualidade, oportunidades e aumento do nosso parque industrial”, destacou o prefeito.
Expansão – A ampliação das atividades da Sinobras também foi um dos anúncios feitos durante o evento. Com o projeto chamado de “Sinobras fase 2”, a empresa vai mais que duplicar a capacidade produtiva de sua siderúrgica, com um investimento que inclui a instalação da Laminação 2, que vai possibilitar a produção de 500 mil toneladas/ano de aço laminado em bobina; e uma nova subestação e linha de transmissão de 230kV, que terá a missão de suprir as novas necessidades de cargas elétricas da empresa e proporcionar a utilização de energia da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, da qual a empresa é sócia como autoprodutora.
Com isso, a empresa passará a ter capacidade de produzir 850 mil toneladas/ano e irá gerar um pico de 600 novos empregos durante a fase de implantação e 200 na fase de operação, além de produzir novos produtos como fio-máquina e vergalhão em rolo (bonina e spooler).
Por Igor Nascimento (SEDEME)
Agência Pará