PF deflagra segunda fase da Operação Thesaurus no Pará

A operação visa combater a apropriação indevida de dinheiro destinado ao pagamento de auxílio emergencial e correlata lavagem de capitais.

A Polícia Federal do Estado do Pará deflagrou na manhã de hoje (20), a segunda fase da Operação Thesaurus com objetivo de combater a apropriação indevida de dinheiro destinado ao pagamento de auxílio emergencial e correlata lavagem de capitais.

A investigação decorre de notícia crime proveniente da Caixa Econômica Federal, comunicando que, no período de abril a julho do ano de 2020, uma agência lotérica situada em Ananindeua/PA solicitou suprimentos extraordinários no montante de dezenove milhões e cem mil reais para pagamento de Auxílio Emergencial, contudo não prestou contas do valor recebido.

A proprietária da lotérica foi presa preventivamente na primeira fase da operação, deflagrada em 28/09/2021. Na oportunidade, foram apreendidos três automóveis de elevado valor identificados como frutos da lavagem de capital.

Com o aprofundamento das investigações, verificou-se que o dinheiro indevidamente apropriado era lavado nas cidades de Belém/PA, Natal/RN e São Paulo/SP, através da prática de agiotagem, abertura de empresas, compra de veículos e imóveis de alto padrão, geralmente em nome de parentes da investigada (“laranjas” ou “testas de ferro”).

No final do ano passado, dois irmãos da investigada devolveram R$ 2.200.000,00 (dois milhões de duzentos mil reais), metade desse valor em espécie e a outra metade mediante transferência bancária.

Nesta quarta, 56 policiais federais cumprem, na região metropolitana de Belém e na cidade Natal/RN, 17 mandados de busca e apreensão e 03 mandados de prisão temporária, expedidos pela 4ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária no Estado do Pará.

A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados até o limite de R$ 16.682.543,10 (dezesseis milhões, seiscentos e oitenta e dois mil quinhentos e quarenta e três reais e dez centavos), além do sequestro de 23 imóveis.

Entre apreensões, devolução de valores e bens sequestrados, estima-se que foram recuperados cerca de R$ 12.481.908,29 (doze milhões, quatrocentos e oitenta e um mil, novecentos e oito reais e vinte e nove centavos).

O nome da operação – tesouro em latim – faz alusão à expressiva quantia apropriada, suficiente para pagamento de mais de 30 mil cotas de auxílio emergencial, perfazendo assim a maior fraude envolvendo o benefício já registrada no país.
Os fatos investigados amoldam-se aos tipos penais descritos nos artigos 312 (peculato) e 288 (associação criminosa), ambos do Código Penal, bem como no artigo 1º da Lei nº 9.613/98 (lavagem de capital).
Foi adotada logística especial de prevenção do contágio por Covid-19, a fim de preservar a saúde dos investigados, testemunhas e policiais envolvidos na operação.

Comunicação Social da PF/PA