Técnicos da Secretaria de Meio Ambiente realizam sobrevoo e testes em área do rio Tapajós

Equipe da Semas foi fiscalizar área e condições da água do rio
Foto/reprodução: Erik Jennings

Uma equipe composta por técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) chegou nesta quarta-feira (19), no município de Santarém, oeste paraense para avaliar as condições da água do rio Tapajós e áreas em torno dos locais onde a água apresenta coloração diferente da habitual. 

A equipe coordenada pelo secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’ de Almeida, é composta por técnicos da Diretoria de Recursos Hídricos, do Núcleo de Monitoramento Hidrometereológico, Diretoria de Fiscalização e da Assessoria Especial de Inteligência e Segurança Corporativa. 

Teste

De imediato e de forma paralela, enquanto uma equipe coletava informações por via aérea, outros técnicos se dirigiram até a vila de Alter do Chão para realizar o teste de medição dos parâmetros físicos para checar a turbidez da água do rio Tapajós. Para a verificação foi utilizada uma sonda multiparâmetro que avalia, entre outros aspectos, o PH e a temperatura da água. 

Com resultado rápido obtido por meio do equipamento, foi identificada uma maior turbidez da água no meio do rio, comparando com a água presente na margem. 

O secretário de Estado revela os indícios preliminares que podem ter ocasionado a mudança da cor da água do rio Tapajós na região. 

“Nós caminhamos para uma conclusão que, de fato, possa ser o garimpo o elemento que mais tenha contribuído para esse sedimento. Há possibilidades, evidentemente, de que sejam sedimentos do rio, por conta das chuvas que nesse período são excessivas, sendo que há décadas que não há uma chuva dessa magnitude na região, mas a gente tem que ter certeza”, afirmou. 

De acordo com dados do setor de hidrometereologia da Secretaria, foram identificavas chuvas acima da média na região do Tapajós desde o mês de novembro do ano passado e que este fenômeno é recorrente na região. 

Fiscalização

As medidas para identificar o que causou o escurecimento da água continuarão. 

“Para isso nós precisamos ir a campo, ver onde estão os garimpos, fazer o monitoramento da água em campo, nos garimpos, para, a partir de onde eles estão localizados, a gente ter certeza de quem é o elemento predominante que mais tem contribuído para a turbidez da água aqui na região”, acrescentou Mauro O’ de Almeida.

Integração

Junto à equipe da Semas havia também representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Federais (IBAMA), além de integrantes do projeto “Águas do Tapajós” e Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). 

Segundo o secretário Mauro O’ de Almeida a integração entre as instituições pode gerar benefícios de curto e longo prazo.

 “Aqui na Ufopa nós propusemos uma parceria um pouco mais imediata de fazer uma absorção dos dados que eles já têm no projeto “Águas do Tapajós” , que há algum tempo vem monitorando a água do rio Tapajós a partir de uma série de dados e pesquisas e, futuramente, construir uma parceria para que a Universidade possa nos dar um apoio de dados e pesquisas para as nossas atribuições executivas, e até quem sabe, a parceria para que nós possamos ajudar a montar um laboratório de água aqui”, afirmou o titular da Semas.

Iracenir Andrade, professora da Ufopa e coordenadora do projeto “Águas do Tapajós” afirma que a soma de esforços irá gerar resultados significativos. “ É louvável pensar o Pará de forma mais integrada. É fundamental garantir com que as ideias sejam efetuadas e nós podemos fazer o levantamento das informações, beneficiando a todos. Isso é viável”, garantiu.

Fonte: Agência Pará