Reforços de imunizantes contra o coronavírus conseguiram aumentar em até 32 vezes os níveis de anticorpos dos pacientes que já tinham ciclo vacinal completo, em comparação com aqueles que receberam placebo.
Um estudo publicado na quinta-feira (02/12) na revista científica The Lancet revelou que doses de reforço de vacinas contra a covid-19 podem fortalecer drasticamente as defesas imunológicas do corpo.
Na pesquisa, chamada Cov-Boost e realizada no Reino Unido, foram medidas em junho passado as respostas imunológicas de quase 3 mil pessoas que receberam uma entre sete vacinas contra covid-19 ou um placebo dois a três meses após terem tomado a segunda dose da AstraZeneca ou da Pfizer.
Pelo menos dois meses após a segunda dose da vacina da Pfizer e três meses após a da AstraZeneca, pacientes receberam uma terceira dose dessas vacinas ou das vacinas CureVac, Moderna, Novavax, Valneva e Janssen. Outros participantes receberam um placebo.
Todos os que receberam a vacina produziram uma resposta aumentada de anticorpos – com exceção de uma vacinação inicial com Pfizer seguida por um reforço da Valneva, que não mostrou nenhuma diferença perceptível.
Aqueles que receberam reforço com Pfizer após duas doses da AstraZeneca apresentaram um mês depois níveis de anticorpos quase 25 vezes maiores do que os que receberam placebo. Quando a dose de reforço da Pfizer foi administrada após duas doses da Pfizer, os níveis de anticorpos aumentaram mais de oito vezes.
O reforço mais potente no estudo foi uma dose da vacina da Moderna, que aumentou os níveis de anticorpos em 32 vezes no grupo imunizado com AstraZeneca e 11 vezes no grupo com duas doses da Pfizer. Atualmente a Moderna é usada no programa de reforço do Reino Unido administrada em meia dose.
Cuidado com a comparação
Embora a pesquisa mostre que as vacinas de mRNA da Pfizer e Moderna fornecem reforços altamente eficazes, os cientistas alertam sobre a comparação de seu desempenho entre pessoas que começaram com diferentes níveis de anticorpos. Por exemplo, os níveis de anticorpos tendem a permanecer altos alguns meses após a vacinação da Pfizer, portanto, um reforço não seria capaz de aumentá-los muito mais.
O estudo concluiu que a vacina da AstraZeneca também é um reforço eficaz, aumentando os níveis de anticorpos três e cinco vezes após a vacinação primária com AstraZeneca e Pfizer, respectivamente.
Outros resultados do estudo sugerem que os programas de reforço poderiam mudar para meias doses da vacina da Pfizer sem perder muita proteção. Os dados mostram que meias doses de Pfizer aumentaram os níveis de anticorpos no grupo AstraZeneca quase 17 vezes e mais de seis vezes naqueles que receberam Pfizer nas duas primeiras injeções.
md/ek (AFP, Reuters, ots)
Fonte: DW