Veja os detalhes do acidente aéreo que matou Marília Mendonça

A cantora estava a bordo de uma aeronave que caiu perto da cidade de Piedade de Caratinga, em Minas Gerais. O produtor e o assessor da cantora, o piloto e o co-piloto do avião também morreram
Marília Mendonça em show em Recife, em 2017 – WORK SHOW

A cantora Marília Mendonça, 26 anos, morreu na tarde desta sexta-feira, 5, em um acidente aéreo. A sertaneja estava a bordo de uma aeronave turboélice com capacidade para seis passageiros. Ela estava acompanhada do produtor Henrique Ribeiro e do assessor Abicieli Silveira Dias Filho, que também era seu tio. Além deles, o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o co-piloto Tarciso Pessoa Viana também estavam na aeronave. Todos morreram no local. As causas do acidente ainda não foram esclarecidas.

Marília Mendonça em show em Recife, em 2017WORK SHOW

Marília começou a carreira cedo e aos 12 anos já havia escrito as primeiras músicas. Inicialmente, suas criações fizeram sucesso na voz de outros artistas – é o caso das canções “Cuida Bem Dela” (2014) e “Até Você Voltar” (2014), cantadas pela dupla Henrique e Juliano. Em 2014 ela lançou carreira solo e um ano depois estourou com seu primeiro sucesso, “Infiel“.

A cantora inseriu a voz e as questões femininas na música sertaneja, espaço historicamente dominado por homens. Seu repertório inclui músicas que empoderam as mulheres, como “Você Não Manda Em Mim”. Mas ela conquistou de verdade o público com as sofrências, músicas que retratam a vida de quem sofre por amor. Seu trabalho mais recente foi o álbum “Patroas 35%” com a dupla Maiara e Maraísa.


Cantora faria shows em Minas Gerais

A aeronave que transportava a cantora e sua equipe partiu do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, na tarde desta sexta-feira, 5. O destino era o Aeroporto Regional de Ubaporanga, próximo à cidade de Caratinga, em Minas Gerais. Marília faria um show no Parque de Exposições João da Costa Mafra na noite de sexta. Outra apresentação estava marcada para a cidade de Ouro Branco (MG) no sábado.

Por volta das 15h30min desta sexta o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais recebeu um chamado para atender à ocorrência. A aeronave caiu em uma cachoeira próxima à cidade de Piedade da Caratinga, a cerca de um minuto do destino, segundo pilotos que passaram pela área. Na queda, chegou a atingir linhas de transmissão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A Polícia Civil de MG disse que encontrou destroços de uma antena de energia elétrica. Ainda não se sabe o que motivou o acidente e nem a causa da morte dos passageiros.


Denúncia enviada ao MPF cita problema em para-brisa de avião

A aeronave de modelo King Air C90A foi fabricada em 1994 pela Beech Aircraft. Pertence à empresa PEC Táxi Aéreo e tem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para realizar voos desse tipo. O avião está registrado na ANAC sob a matrícula PT-ONJ.

Em junho, uma denúncia enviada ao Ministério Público Federal (MPF) em Goiás afirmava que a aeronave com prefixo PT-ONJ “está desde o início do ano realizando voos com problemas no para-brisa, ocorrendo que o vidro fica embaçado com prejuízo visual em pousos e decolagens”. Conforme o texto, o fato era conhecido pela empresa, porém ignorado.

Segundo a denúncia, realizada em maio, a empresa responsável pelo voo operava com irregularidades que colocam “em risco tripulantes e passageiros”. O relato ao MPF também alega que a empresa coloca pilotos “com jornada de voo estourada para voar”.

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Em 2019, a empresa havia sido julgada em segunda instância pela Anac e multada após processos por descumprimento dos prazos de repouso de um dos tripulantes. Conforme a decisão, a empresa “colocou em risco vários voos por ela realizados” na época do descumprimento da jornada, em julho de 2008.

Por meio de nota nas redes sociais, a PEC Táxi Aéreo lamentou o acidente. “A empresa, assim que tomou conhecimento do ocorrido, acionou as autoridades competentes para a imediata promoção do resgate necessário”, informou. A  empresa destaca que o avião era “devidamente homologado pela Anac para transporte aéreo de passageiros e estava plenamente aeronavegável”.

Também afirma que a tripulação “tinha grande experiência de voo” e estava habilitada pela Anac, com todos os treinamentos atualizados. Segundo a PEC, as condições meteorológicas eram favoráveis e as causas do evento “ainda são incertas e serão devidamente apuradas”.

O avião chegou a pertencer à dupla Henrique e Juliano, que o comprou em 2017. Em julho de 2020, foi vendido à PEC Táxi Aéreo. Não há histórico de acidentes anteriores com a aeronave no Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer).

AS VÍTIMAS


Fonte: Estadão

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