Quase 70 mil pessoas, em seis bairros da sede municipal, já usufruem do direito de ter água em casa para suas necessidades básicas
Santarém, na região oeste do Estado, vive uma nova realidade desde a implementação do novo sistema de abastecimento de água pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), que atende cerca de 70 mil pessoas dos bairros Livramento, Santana, Santíssimo, Uruará, Prainha e São José Operário, desde o último dia 7 de maio. Famílias que passaram 30 e até 40 anos sem saber o que era água no chuveiro ou na pia da cozinha, ganharam acesso a um dos serviços mais básicos de saneamento e saúde.
De acordo com a coordenadora Comercial da Cosanpa Unidade Baixo Amazonas (Uniba), Flavia Carpeggiani, desde que a atual gestão assumiu o órgão, ainda no início de 2019, havia muitas reclamações dos moradores, principalmente por conta de interrupções no abastecimento. “Tudo era extremamente precário em função das redes antigas. Tudo que fazíamos era paliativo, porque o problema era crônico. E de lá pra cá, com o trabalho que fizemos, o funcionamento melhorou praticamente 100%. Água 24 h é uma realidade”, afirma.
Após o serviço concluído, a equipe técnica continua realizando manutenção e ajustes. “Há algumas intercorrências normais, como vazamentos e obstruções, mas logo tudo será resolvido. As equipes estão sempre na rua, agindo para evitar que qualquer transtorno seja prolongado”, garante a gestora.
Retomada – A rede faz parte da obra de ampliação do sistema de abastecimento de água de Santarém. Projeto aguardado pela população desde 2001, mas que não avançava. O último contrato estava paralisado desde 2016. As obras foram retomadas pelo governo do Estado em 2019, e a Cosanpa entregou o primeiro sistema da obra, com quatro setores de abastecimento do total de 17 setores previstos.
O reconhecimento de que as ações são eficientes vem da própria população. “Além de uma diminuição enorme no número de reclamações, a gente recebe mensagens de agradecimento, contando sobre coisas que antes não eram comuns, como lavar a louça com água da torneira ou tomar banho de chuveiro. O novo sistema, com certeza, é um marco em Santarém, e a influência dele vai ser ampliada, porque temos cinco, seis frentes de trabalho neste momento, além da atuação nos reservatórios, que deve ir até o ano que vem. A meta é alcançar pelo menos 90% de abastecimento em toda a cidade”, detalha Flavia Carpeggiani.
De acordo com o coordenador Técnico da Cosanpa, Ivan Silva, os bairros do Livramento e Uruará eram atendidos apenas por um poço profundo, com abrangência muito reduzida. Hoje são três, além do reservatório com capacidade para 3 milhões de litros.
“O objetivo era alcançar bairros da região leste de Santarém. Onde ainda não é sentido o efeito é porque a obra segue em expansão. Continuamos mexendo na rede, prolongando, fazendo entroncamento, sistema de tratamento com cloro, correção de pH, uma elevatória para atender a região que encobre a parte mais alta do bairro. Tudo isso contribui muito para o avanço em atender a população”, reforça Ivan Silva. Pelo menos 1/3 da população Santarena já é atendido pelo novo sistema.
Aprovação – Moisés Coelho, morador do bairro Santana há 43 anos, em uma rua bem próxima ao Rio Tapajós, lembra que desde criança a família sempre padeceu com a má qualidade do abastecimento de água. “Depois do sistema de abastecimento da zona leste melhorou muito a qualidade da água. A gente se sente contemplado. E olha que moro no bairro menos populoso, onde há mais de 16 mil famílias. Antes de entregarem foram 30 anos sem água direito; agora tão verificando casas que não tem abastecimento, fazendo sistema novo para essas pessoas. Me sinto muito feliz e vejo os vizinhos felizes, porque era um martírio chegar do trabalho e não ter água para um banho”, conta o usuário.
Eliete Soares, moradora do mesmo bairro há mais de 20 anos, diz estar “muito agradecida a Deus pela a água da Cosanpa. Todos os dias abro a torneira e temos água em nossa casa . Antes a gente pagava R$ 100,00 por mês e éramos muito humilhados pelos donos do poço, e ainda deixavam as famílias sem água. Agora não temos do que reclamar”.
Por Carol Menezes (SECOM)
Agência Pará