Festa com mais de 300 anos encerra amanhã, 25. Evento é restrito à comunidade, sem divulgação externa.
No mês de setembro, o Distrito de Alter do Chão vive a magia do Çairé, grande manifestação folclórica-religiosa da Amazônia. A festa com mais de 300 anos teve início no último sábado, 18, com a tradicional procissão fluvial e busca dos mastros. Nesta sexta-feira, 24, o rito continuou com o levantamento dos mastros na Praça do Çairé. Pelo segundo ano consecutivo, o evento é restrito à comunidade e sem divulgação externa devido à pandemia.
O ritual religioso iniciou com uma procissão até a Praia do Cajueiro onde os dois mastros, que foram buscados dentro da mata da Praia de Santa Luzia no último final de semana, foram deixados.
Sob a condução do Juiz e da Juíza – personagens da festa – homens e mulheres carregaram os Mastros no ombro até a Praça do Çairé, onde está o Barracão da Festa. Lá, eles foram ornamentados com frutos, flores e folhagens representando a gratidão pela fartura e sob a entoação de ladainhas e louvores à Santíssima Trindade e com a participação das demais personalidades do Çairé: Saraipora, Procurador, Procuradeira, Capitão, Sargento, Mordomos, Mordomas, Moças da Fita, Menina do Tamborim, Alferes e Foliões.
Em seguida, homens e mulheres começaram uma amigável competição de quem hastearia o mastro primeiro. Neste ano, os homens foram os vencedores.
A comunidade informou que está respeitando todos os protocolos de segurança sanitária e que não divulgou a festa para evitar aglomerações. “Essa edição ainda está sob os efeitos da pandemia. Resolvemos manter a nossa tradição secular, mas respeitando os protocolos sanitários. Nossa esperança é de que no próximo ano possamos retornar com o tradicional Çairé que já se tornou atração mundial para os turistas”, disse Cleuton Von, coordenador da festa.
“O Çairé é a nossa maior manifestação cultural e também o nosso maior evento turístico que tem como sede nosso maior e mais conhecido cartão postal. Então, é um evento grandioso que movimenta toda a cidade e gera emprego e renda, mas infelizmente ainda sofre os impactos da pandemia. A comunidade, no entanto, realiza hoje um Çairé diferente. Com o rito religioso dentro dos protocolos de segurança. Dessa maneira, mantém viva a tradição secular da festa”, disse o prefeito Nélio Aguiar.
A festa de louvor ao Divino Espírito Santo com integração de elementos da natureza e folclore indígena encerra amanhã, 25, com a derrubada dos Mastros.
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Ascom PMS