Delegado Federal teria repassado informações sigilosas de operação da PF no Pará. Além do policial, outros seis empresários também são alvos de investigação.
A violação de sigilo funcional é um crime previsto no artigo 325 do Código Penal Brasileiro e se caracteriza como um crime subsidiário praticado por funcionário público, que revela fato que deveria permanecer em sigilo, em razão do cargo que ocupa.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (14) a Operação Mapinguari, que visa aprofundar a investigação sobre o vazamento de informações de operação da Polícia Federal. O suspeito é o delegado federal Eguchi, que foi candidato à prefeitura de Belém nas últimas eleições e que chegou ao segundo turno do pleito em 2020.
Nesta manhã, os policiais foram até a casa de Eguchi, localizada na passagem do Arame, próximo a Dr. Freitas, no bairro da Sacramenta. O irmão dele, Eduardo Eguchi, seria o elo com empresários da mineração alvos de investigações e tiveram informações privilegiadas.
A investigação começou em 2018 e trata especificamente da violação de sigilo funcional ocorrida durante o desencadeamento da “Operação Migrador”, trabalho de investigação feito pela Delegacia de Polícia Federal de Marabá/PA, que apurava a atuação de organização criminosa de exploração ilegal de minério de manganês.
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O vazamento trouxe prejuízos para investigação, já que um dos investigados tiveram conhecimento antecipado da ação policial, acarretando a não localização de alguns alvos no dia da operação.
A operação de hoje alcança, além do próprio servidor público, outros seis empresários ligados à exploração ilegal de manganês do sudeste do Pará, os quais tiveram acesso indevido às informações da Operação Migrador.
Entre os materiais apreendidos estão, documentos e uma quantia alta em dinheiro que não foi divulgado o valor.
A operação Mapinguari tem a participação de trinta e cinco policiais federais.
A ação cumpre oito mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Marabá/PA. Além disso, foi decretado o afastamento das funções do agente público investigado.
As diligências estão acontecendo em Belém, Marabá, Parauapebas e Goianésia em Goiás.
Os crimes investigados são de violação de sigilo funcional, corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa, com penas previstas superiores a vinte anos de reclusão.
O nome da operação faz alusão a figura lendária protetora da floresta amazônica.
Fonte: DOL