Uma festa de despedida com direito a música, discursos emocionados e retirada do brasão marcaram a despedida do prédio
“Este prédio faz parte de nossa história de trabalho. Eu estava aqui no dia em que as chaves foram distribuídas para a Ufopa. Muitas pessoas reunidas neste saguão, e eu estava aqui em busca de uma sala. O Laboratório de Aplicações Matemáticas nasceu naquele dia e está vivo até hoje”. Foi assim que o reitor da Ufopa, Prof. Dr. Hugo Alex Diniz (2018-2021), resumiu a sua relação com o prédio Amazônia Boulevard, que ganhou festa de despedida, nesta sexta-feira, 9 de julho.
Um número reduzido de servidores acompanhou a cerimônia, que teve discursos breves e emocionados e foi marcada pela retirada da placa com o brasão da Ufopa, que estava na fachada do prédio. O ato simbolizou o fim das atividades de ensino, pesquisa, extensão e administrativas que ocorreram no local nos último dez anos.
O reitor relembrou de outro momento marcante da sua trajetória ocorrido no Boulevard: “Na escada nesse corredor aqui, há quatro anos atrás, nós (a Aldenize e eu) entregamos a nossa plataforma de propostas e registramos nossa candidatura”. Ele lembrou que a maioria das pessoas naquele dia “sonhava com este momento aqui” e completou: “Nós conseguimos (não a Aldenize e eu), somos as mesmas equipes, só nós encontramos, nos acertamos, nos articulamos e isso está mostrando aonde nós vamos chegar: na cidade universitária”.
Diniz aproveitou a ocasião para mandar um recado: “Nós não vamos descansar enquanto a Ufopa não estiver nos 21 municípios do Oeste do Pará”.
A vice-reitora da Ufopa, Profa. Dra. Aldenize Xavier, lembrou das primeiras ações para a desocupação do prédio: “A gente vem trabalhando nesse processo de desocupação desde 2018, e eu fazia a parte mais fácil, que era a parte política de conversar com os setores, convencer. O trabalho de mapeamento dos espaços foi todo feito pela Laise Quemel. Desde 2018 nós tínhamos um sonho de chegar nesse dia, com esse prédio todo desocupado. Mas até uma semana atrás nós não sabíamos se isso seria possível. Poderíamos precisar de mais um mês, dois meses, o contrato encerrou-se no domingo (dia 4), porém, na sexta-feira passada vimos que seria possível”.
O superintendente de Infraestrutura (Sinfra), Vítor Viana, e a arquiteta Laise Quemel também se pronunciaram; ambos ressaltaram o trabalho das equipes na realização das atividades que culminaram com a desocupação total do prédio.
O prédio do Amazônia Boulevard também foi marcante na vida do Prof. Dr. José Roberto Branco Filho (IEG), que fez questão de estar na cerimônia que marcou a desocupação: “Aqui eu fiz o meu concurso para entrar na Ufopa, depois eu participei da banca de concurso de vários colegas; aqui eu dei aula de graduação, de pós-graduação, mas eu também fui aluno de pós-graduação e também de cursos que a Ufopa oferece de capacitação para professores. Aqui montamos nossa primeira sala de ensino tutorial, as nossas empresas juniores. Aqui eu defendi meu doutorado. É uma página que a gente vira agora, um capítulo que se encerra, e vai começar outro, com certeza bem mais brilhante”.
Amazônia Boulevard — Em novembro de 2013, o Conselho Universitário (Consun) da Ufopa aprovou o contrato de aluguel do Amazônia Boulevard, no valor de R$ 447.604,54 por mês.
O prédio, com cinco andares distribuídos em 12 mil metros quadrados, chegou a abrigar 30 salas de aula, 48 unidades administrativas, auditório, biblioteca, salas de apoio pedagógico, além de setores administrativos, como a Reitoria, pró-reitorias e os conselhos universitários, além de outros. Desde 2010, a Ufopa ocupava salas no prédio, só a partir de 2013 foram alugados todos os andares para as atividades da universidade. O anexo, do prédio também abrigou setores da Ufopa. Este foi o primeiro a ser desocupado. O processo de desocupação efetivamente se iniciou em abril de 2019 e foi totalmente concretizado neste dia 9 de julho de 2021.
As mudanças —Quem já fez mudança um dia sabe o transtorno que é desocupar um espaço e ocupar outro. Agora imagine o que pode ocorrer quando, em vez de mudar os móveis de uma casa – o que já resulta em bastante trabalho – muda-se uma universidade inteira. A atual Gestão Superior da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) realizou pelo menos 118 movimentações até este mês de julho de 2021 (entre os dias 15 de março e 9 de julho) até que o prédio Amazônia Boulevard (onde funcionavam ainda alguns setores) foi entregue. Setores que atualmente funcionam na Unidade Rondon também estão sendo “movimentados”.
Com isso, serão reduzidos gastos com aluguéis, e a comunidade acadêmica terá mais conforto e comodidade para a realização das atividades de ensino, pesquisa e extensão, além das administrativas.
Para se ter uma ideia: em oito anos, a Ufopa gastou pelo menos 50 milhões de reais em aluguéis. Sair do aluguel sempre foi uma das maiores preocupações dos gestores, mas a partir de 2018, com Hugo Alex Diniz à frente da Reitoria, essa preocupação se transformou em ação e em seguida em obras, e, consequentemente em mudanças.
“Em 2013, um dos assuntos mais discutidos na comunidade acadêmica foi a contratação de aluguéis, que foi realizada para garantir o funcionamento da Universidade. Naquele momento, decidiu-se que a Ufopa iria investir na construção de prédios próprios para diminuir os custos com aluguéis. No entanto, a Universidade não conseguiu realizar as construções e teve que alugar ainda mais prédios”, explicou Diniz.
Mudanças na infraestrutura da Ufopa — “Nestes últimos três anos, conseguimos entregar obras de infraestrutura, num montante superior aos oito primeiros anos da Universidade.” O reitor completa, explicando as condições em que isso ocorreu: “Com a mesma equipe e com orçamento menor, graças a um esforço institucional, congregando forças colegiadas, administrativas e técnicas, num fluxo inovador, coordenado pelo Comitê Gestor de Obras (CGO). Foram inaugurados quatro prédios novos e mais dois prédios que estavam inacabados”. O CGO é coordenado pela vice-reitora, Profa. Dra. Aldenize Xavier.
Mudanças de prédio — “Eu iniciei em 15 de março de 2021 o que eu chamo de ‘Missão 80 Dias’, que é o tempo que eu tenho pra desocupar de vez o [prédio] Amazônia [Boulevard]. Para que isso aconteça, tenho que fazer mobilizações. Além da desocupação [em si], envolvo equipes multidisciplinares: além da Sinfra, o Centro de Tecnologia da Comunicação e Informação (Ctic), a Coordenação de Transportes (Ctrans), a Diretoria de Almoxarifado e Patrimônio (DAP) e a Coordenação de Segurança e Patrimônio (CSP).” Foi o que informou a Coordenadora de Gestão de Espaços, Laise Quemel.
Mas como essas mudanças estão ocorrendo? —De acordo com Quemel, os setores estão sendo avisados com pelo menos 15 dias de antecedência para que tenham tempo hábil para sugerir as alterações que acharem necessárias. “Durante esses 15 dias a gente consegue fazer essa logística para deixar o espaço hábil para a pessoa adentrar”.
As “movimentações” estão todas atreladas. “Para iniciar qualquer processo [de mudança], precisa ter um layout que sai da Gestão de Espaço e passa por várias discussões, como por exemplo: programas de necessidade, acessibilidade, rotas de fuga, normas de segurança; enfim, é o momento em que você senta e conversa com todo mundo, organiza o espaço, organiza o layout diante da necessidade [daquele setor].
Com o layout “formulado”, outras equipes são acionadas. “Entra aí a [equipe] de manutenção predial, faz toda a infraestrutura do local. Logo depois entra a manutenção elétrica; Ctic, que diante do layout faz as instalações elétricas e lógicas; refrigeração entra juntamente com a elétrica; e por fim entra a CGA”.
Higienização dos Espaços — Fica a cargo da Coordenação de Gestão Ambiental (CGA) a higienização dos espaços. “Diante do cenário da pandemia, os espaços são higienizados antes da entrada do setor”, informa Laise Quemel.
“A movimentação quem faz é a equipe de logística da DAP, junto com a Coordenação de Transportes. A Coordenação de Patrimônio faz todo o trabalho de tombamento do bem que está sendo movimento, e a Coordenação de Segurança precisa ser, a tempo, comunicada dos bens que estão saindo e dos que estão entrando nos locais”, completa Laise.
Veja como os setores diretamente envolvidos no processo de mudança estão atuando:
Sinfra — Diretoria de Obras e Projetos (DOP): discute e organiza o layout dos espaços mediante normas de acessibilidade e segurança;
Sinfra — Coordenação de Manutenção Predial (CMP): executa a infraestrutura predial dos espaços;
Sinfra — Coordenação de Manutenção Elétrica (CME): executa a rede elétrica dos espaços;
Sinfra — Coordenação de Gestão Ambiental (CGA): organiza a entrega higienizada dos espaços pós-obra;
CTIC — executa a rede lógica dos espaços.
Lenne Santos — Comunicação/Ufopa