Grávidas agora passam a fazer parte do grupo de risco para a Covid-19

A decisão do Ministério da Saúde se deu porque elas são mais vulneráveis a infecções e já estão no grupo de risco para outras doenças respiratórias.

Grávidas e mulheres no chamado puerpério, período de seis semanas após o parto, foram incluídas este mês no grupo de risco para a Covid-19. A decisão do Ministério da Saúde se deu porque elas são mais vulneráveis a infecções e já estão no grupo de risco para outras doenças respiratórias, como a gripe. A medida é de precaução, já que não há estudos conclusivos que comprovem que gestantes e puérperas são mais propensas a quadros mais graves da doença, portanto, não há motivos para pânico.

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A ginecologista e obstetra Gisele Teixeira, membro da Associação Paraense de Ginecologia e Obstetrícia, explica que, de modo geral, a medida busca chamar a atenção desse grupo para que os cuidados com a manutenção do isolamento social e com a higiene sejam mantidos. “É importante que as consultas de pré-natal sejam mantidas para medir a pressão arterial e auscultar os batimentos cardíacos do bebê, entre outras coisas, assim como os exames de rotina. Mas vale reforçar que a gestante não leve acompanhante, para evitar aglomerações, sempre use máscaras e álcool em gel. Em muitos casos, vale a pena conversar com o médico para uma possível consulta domiciliar, se a gestante se sentir mais segura assim”, orienta.

Os sintomas do novo coronavírus em gestantes e mulheres no puerpério costumam ser os mesmos identificados nas pessoas em geral: febre alta, tosse seca , dor de garganta, falta de ar e anosmia, que é a perda do olfato e paladar. “É importante que elas observem a questão da falta de ar e do cansaço. Somente nesses casos é que devem procurar o serviço de saúde, fora isso, devem permanecer com os cuidados de higiene e no isolamento”, ressalta a médica.

Uma outra questão a ser observada, segundo ela, é que a doença pode levar ao parto prematuro. “De modo geral, não há indicação para a cesária, apenas por conta da Covid-19, ela pode ser indicada no caso da insuficiência respiratória, mas tudo precisará ser avaliado antes por um médico. Além disso, a gestante precisa ficar atenta a possíveis contrações que possam indicar um parto prematuro”, explica.

Com relação à transmissão vertical (quando a mãe gestante contaminada passa a doença para o filho), ainda estão sendo feitos estudos. “Mas não há comprovações, o que se sabe é que não ocorrem má formações no feto como ocorre, por exemplo, com a zika”, diz.

AMAMENTAÇÃO

Quanto a amamentação, a médica explica que ela deve ser mantida mesmo que a mãe esteja infectada com o novo coronavírus. “Ela precisará ter um cuidado redobrado com a higiene, usar máscara, trocar a roupa, prender o cabelo e evitar adornos. Caso a mãe não se sinta segura para amamentar diretamente o bebê, ela pode tirar o leite com o auxílio de uma bombinha para que outra pessoa possa oferecê-lo para o bebê”, aconselha.

OUTROS GRUPOS

  • l Idosos acima de 60 anos;
  • l Pessoas com diabetes;
  • l Pessoas com doenças cardíacas;
  • l Pessoas com doenças crônicas como asma.

Fonte: DOL