Reino Unido começa vacinação contra covid; mulher de 90 anos é a primeira a ser vacinada

Britânicos começam a ser imunizados hoje com 800 mil doses desenvolvidas pela Pfizer-BioNTech, que estarão disponíveis em pelo menos 50 hospitais em todo o país
Margaret Keenan, de 90 anos, foi a primeira pessoa a ser imunizada contra a covid-19 no Reino Unido. Foto: Jacob King/Pool via REUTERS

Reino Unido iniciou nesta terça-feira, 8, seu cronograma de vacinação em massa contra a covid-19, um mês à frente do restante da Europa, que começa a imunizar sua população em janeiro. A primeira vacina foi aplicada em uma idosa de 90 anos, Margaret Keenan, que se tornou a primeira pessoa no mundo a receber a vacina da Pfizer-BioNTech fora de um ensaio clínico.

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“Eu me sinto privilegiada por ser a primeira pessoa vacinada contra a covid-19”, disse Margaret, que recebeu a injeção em um hospital de Coventry, no centro da Inglaterra, às 6h31min (3h31min de Brasília), uma semana antes de ela completar 91 anos. “É o melhor presente de aniversário antecipado que eu poderia desejar, porque significa que posso finalmente planejar passar um tempo com minha família e amigos no ano-novo depois de estar sozinha na maior parte do ano.”

Margaret Keenan é vacinada contra a covid-19 no Reino Unido
Margaret Keenan, de 90 anos, foi a primeira pessoa a ser imunizada contra a covid-19 no Reino Unido. Foto: Jacob King/Pool via REUTERS

O início da vacinação foi classificado pelo ministro da Saúde, Matt Hancock, como “um momento histórico”. De acordo com o calendário proposto pelo Reino Unido, 800 mil doses estarão disponíveis em cerca de 50 hospitais já na primeira semana de imunização.

As primeiras doses da vacina fabricada pela Pfizer-BioNTech chegaram ao Reino Unido na noite de quinta-feira, com uma remessa embalada em gelo seco, viajando em caminhões da fábrica da empresa na Bélgica pelo Eurotúnel. A prioridade será imunizar idosos com mais de 80 anos e funcionários de casas de repouso. Autoridades sanitárias britânicas sabem que o mundo estará de olho no Reino Unido, o primeiro país ocidental a enfrentar o desafio de vacinar milhões de pessoas.

Os reguladores britânicos, ao concederem a aprovação de emergência para a vacina da Pfizer, disseram que ela não poderia ser movida mais do que quatro vezes e as bandejas com 975 doses não poderiam ser divididas – o que inviabiliza levar a vacina para os centros de idosos, geralmente pequenos. 

Reino Unido - coronavírus - vacina
Técnico recebe vacina em hospital de Londres   Foto: Gareth Fuller/EFE

“Não é como tirar uma embalagem com seis iogurtes da geladeira e quebrá-la na bancada da cozinha, colocar uma na bolsa, levá-la para o trabalho e armazená-la na geladeira do escritório”, disse Chris Hopson, chefe de operações do NHS, o sistema de saúde do Reino Unido.

Assim, enquanto descobre a melhor forma de vacinar os idosos, o primeiro passo do NHS foi enviar as vacinas para os 50 hospitais que atenderão os futuros centros de imunização. No ano que vem, o governo planeja expandir a rede, abrindo locais de vacinação em massa em centros de conferências, arenas esportivas e escolas. “A distribuição será uma maratona, não um sprint”, disse Stephen Powis, diretor do NHS.

Até agora, o Reino Unido encomendou 40 milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech, o suficiente para vacinar 20 milhões de pessoas, já que cada uma requer duas injeções, com três semanas de intervalo. O ministro dos Negócios, Alok Sharma, disse que o país receberá “alguns milhões” de doses da Pfizer ainda em dezembro. 

“O que sempre dissemos é que a grande parte do programa de vacinação ocorrerá no próximo ano”, disse. As 800 mil doses iniciais não cobrirão os 3,2 milhões de britânicos com mais de 80 anos nem as 300 mil pessoas que trabalham como cuidadores em lares de idosos.

Fonte: Estadão