Santarém segue sem casos em 2025

O infectologista Dr. Alisson Brandão, que atua no Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS), orienta a população sobre a Mpox e destaca que Santarém não registrou nenhum caso da doença em 2025. “Não há motivo para pânico. Estamos falando de casos no mundo, com mortalidade inferior a 1%. Na maioria das vezes, a doença evolui de forma benigna, com quadros leves que se resolvem em poucas semanas”, afirma.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), 19 casos foram confirmados neste ano no estado, todos na região metropolitana de Belém.
De acordo com Dr. Alisson, a Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é causada por um vírus da mesma família da varíola humana. Ele explica que o vírus foi isolado na década de 1960 e que casos em humanos são descritos desde a década de 1970. Inicialmente restrita ao continente africano, a doença passou a ter maior incidência em outros continentes a partir de 2022, especialmente na Europa e nas Américas. No Brasil, foram registradas dezenas de milhares de casos, a maioria com evolução leve.
Dr. Alisson esclarece que, apesar do nome popular, o macaco não é o reservatório natural do vírus. “Os verdadeiros reservatórios são alguns roedores silvestres; os macacos, assim como os humanos, apenas adoecem”,
Sintomas e transmissão
O infectologista detalha que os sintomas começam com febre, dor no corpo, fraqueza e indisposição. Após alguns dias, surgem as lesões características: vesículas (pequenas bolhas) que podem evoluir para pústulas e crostas. Essas lesões podem aparecer em todo o corpo ou em áreas específicas, como a mucosa oral ou região genital.
“A transmissão ocorre pelo contato direto com os fluidos ou crostas das lesões, além do contato com objetos contaminados. E também pode acontecer durante relações sexuais desprotegidas, o que reforça a importância de práticas seguras”, acrescenta.
Ainda segundo Dr. Alisson, pessoas com a imunidade comprometida, como aquelas com HIV não tratado ou pacientes em tratamento oncológico, fazem parte do grupo de maior risco para desenvolver formas mais graves da doença.
Tratamento e prevenção
“O tratamento é, na maioria dos casos, de suporte, com remédios para dor e febre, enquanto aguardamos a resolução natural da doença”, explica. O médico informa que a vacina contra a Mpox está disponível e é indicada para grupos de risco e como forma de profilaxia para contatos próximos e profissionais de saúde expostos.
Ele reforça que a população deve procurar atendimento médico caso surjam vesículas ou lesões na pele. “É fundamental ser avaliado antes de entrar em alarme, porque outras doenças também podem causar sintomas semelhantes, como a catapora. O diagnóstico correto evita preocupações desnecessárias”, orienta.
Para o infectologista, a principal recomendação continua sendo manter cuidados básicos: evitar contato com pessoas suspeitas, não compartilhar objetos pessoais, higienizar bem as mãos e usar luvas e máscaras quando necessário.
“Diferentemente de infecções como a Covid-19, a Mpox só transmite quando há sintomas, o que facilita o controle e permite agir rapidamente para evitar a disseminação”, finaliza.
Ascom PMS