Projeto da Ufopa com a Semed visa promover a valorização do conhecimento cultural alimentar de comunidades tradicionais.
Foi realizado hoje, quinta-feira, 13, um encontro entre as equipes do Núcleo de Alimentação Escolar (NAE), da Secretaria Municipal de Educação – Semed, e do projeto Rede de Cooperação em Ensino, Pesquisa e Extensão, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), para discutir os detalhes da execução da iniciativa que deve promover o fortalecimento e a valorização dos alimentos produzidos pela agricultura familiar.
O projeto deve beneficiar cinco escolas: três localizadas em áreas indígenas, uma na região do Tapajós e duas no Arapiuns; uma em área quilombola, no Arapemã, e uma na região de várzea, no Piracãoera de Baixo.
Segundo a coordenadora do NAE, Vanda Maia, esse projeto é muito importante para a Semed, pois atende a uma das necessidades que envolve a produção e conhecimento cultural alimentar das comunidades tradicionais.
“Essa tem sido uma das nossas lutas do setor de Alimentação Escolar dentro das ações de educação alimentar e nutricional. Então, toda essa pesquisa sobre o alimento como ferramenta de estudo, objetivando a manutenção dos hábitos e costumes tradicionais dos povos tradicionais da Amazônia, vem para somar de forma muito positiva às diretrizes do programa de alimentação escolar. Dentro dessa diversidade [indígenas e quilombolas], nós temos escolas com culturas e hábitos alimentares próprios pertencentes à sua cultura”, frisou.
O projeto realizará visitas às localidades ao longo de três anos. Ao fim da pesquisa, um Centro Avançado de Apoio Educativo à Agricultura Familiar, Sustentabilidade e Cultura Alimentar na Amazônia, o Ceacam, deve ser criado nas dependências da Ufopa Santarém. Esse espaço deve servir de referência para futuros estudos sobre o campo da alimentação escolar, envolvendo a agricultura familiar, sustentabilidade e a preocupação em preservar a cultura tradicional da região.
A secretária municipal de Educação, Maria José Maia, avalia a realização do projeto.
“Hoje, nós estamos atendendo esse item da agricultura familiar com um percentual superior ao que é determinado pelo Ministério da Educação. A oportunidade que estamos oferecendo aos nossos produtores é de fazer a produção da alimentação, de entregar os produtos nas nossas escolas, que antes só recebiam produtos industrializados. A parceria com a Ufopa é fundamental e que a gente possa, cada vez mais, melhorar o que é servido para os alunos”, pontuou.
O Professor Doutor Anselmo Colares, coordenador do projeto da Ufopa, explicou que um dos principais objetivos da iniciativa é que os estudantes recebam, dentro das escolas, uma alimentação de qualidade.
“Já iniciamos a fase de pesquisa e levantamento sobre como ocorre a alimentação escolar na Amazônia Legal. Há equipes em todos os estados realizando estudos sobre o uso de produtos da agricultura familiar e que tenham sido produzidos com essa base sustentável, esse é o tripé do projeto. Na Ufopa, além dessa pesquisa, faremos também as visitas nesses núcleos de apoio, que são as escolas”, ressaltou.
Durante as visitas, uma equipe multidisciplinar realizará orientações junto aos moradores da localidade, em relação ao plantio, comercialização dos produtos e preparo dos alimentos, com o intuito de promover a valorização da produção da agricultura familiar.
“Essa pesquisa ampla, realizada em todo o território da Amazônia Legal nos permitirá entender melhor quais são os problemas em comum, como eles podem ser contornados e também conhecer as iniciativas que tem dado certo. Esse registro é importante porque pode ser multiplicado”, finalizou o professor Anselmo.
Ascom PMS