Instituto Mureru Eco Amazônia (IMEA) foi homenageado pelo trabalho de educomunicação desenvolvido na Amazônia
A jovem Samara Borari, comunicadora indígena de Santarém, foi destaque na 32a edição do Festival ECOCINE, ao receber o prêmio inédito de “Jovem Educomunicadora do Ano” (Troféu Bem-Te-Vi – Prêmio Ecocine ABPEducom). A premiação aconteceu no último domingo (8), no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, durante a cerimônia de encerramento do festival, que celebrou a união entre cinema, meio ambiente e direitos humanos.
Samara Borari, ativista e educadora ambiental do Instituto Mureru Eco Amazônia (IMEA), é também cofundadora do coletivo Potira Audiovisual. Durante o festival, o curta-metragem “Súplica da Amazônia”, produzido pelo coletivo, foi exibido, chamando atenção para as urgências da preservação ambiental na região amazônica, em Alter-do-Chão, e o protagonismo dos povos indígenas na defesa da floresta e dos rios.
“Ser a primeira a receber esse reconhecimento me faz acreditar de fato que estamos ocupando espaços que sempre nos pertenceram, mas que muitas vezes nos foram negados. Que esse prêmio abra portas para mais jovens, principalmente da Amazônia, que eles possam se inspirar e se sentir capazes de transformar a realidade por meio da educomunicação”, comentou a premiada como Jovem Educomunicadora do Ano.
O ECOCINE – Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos, pioneiro no Brasil em abordar questões ambientais através do cinema, reuniu em sua 32a edição mais de 30 produções nacionais e internacionais. Realizado entre os dias 16 de outubro e 7 de novembro no Centro Cultural Fiesp, em São Paulo, o evento contou com sessões presenciais e online.
Além do reconhecimento individual da jovem, o Instituto Mureru Eco Amazônia (IMEA) também foi homenageado pelo seu trabalho de educomunicação desenvolvido na Amazônia, reforçando a importância de ações locais que combinam educação e comunicação na luta pela conservação
ambiental.
O (IMEA) possui uma trajetória marcada por iniciativas transformadoras em educomunicação, com destaque para o Projeto Escola D’Água, que há uma década promove a integração entre educação, comunicação e preservação ambiental. Entre os projetos de maior impacto está o Rios de Saberes, um programa de rádio criado para disseminar conhecimentos sobre o uso sustentável da água e outras questões socioambientais.
Veiculado pela Rádio Rural de Santarém e atualmente disponível no Spotify, o programa alcança comunidades remotas que dependem do rádio como principal meio de informação, sendo apresentado pelos próprios Embaixadores das Águas, crianças e jovens do projeto.
Além disso, o IMEA promoveu formações educomunicativas por meio de cursos de rádio, vídeo e fotografia para crianças, adolescentes e jovens, incentivando a produção de conteúdos em suas escolas, bairros, comunidades e aldeias. Hoje, o legado do IMEA se reflete em uma nova geração de jovens que, inspirados pelo projeto, produzem materiais próprios para sensibilizar sobre a preservação da Amazônia.
O reconhecimento foi celebrado pelo IMEA, que destacou o impacto das ações educomunicativas na Amazônia. “Nosso objetivo sempre foi integrar a educação ambiental com a comunicação, para dar visibilidade às causas socioambientais da Amazônia. Ter Samara representando esse trabalho é motivo de grande orgulho para o instituto e para todos os envolvidos no projeto”, destacou Lucineide Pinheiro, coordenadora de projetos no IMEA.
Colaborou: Cibele Pixinine