Santarém registra mais de 6 mil atendimentos por sintomas respiratórios de setembro à novembro deste ano

Infectologista do HMS reforça cuidados com a fumaça

Entre os meses de setembro à novembro de 2024, os serviços de saúde de Santarém registraram 6.272 atendimentos relacionados a sintomas respiratórios. Desse total, 5.180 atendimentos ocorreram na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 Horas e 1.092 nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Os sintomas incluem tosse, febre, congestão nasal, dor de cabeça, coriza, dor de garganta, dor muscular, fadiga e falta de ar.

O prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, decretou situação de emergência ambiental em 25 de novembro devido à piora da qualidade do ar, causada por queimadas que aumentaram os casos de doenças respiratórias. A Semma está emitindo boletins de alertas da qualidade do ar e articulando estratégias contra incêndios florestais, incluindo contratações emergenciais e fiscalizações, dispensando licitação por até 180 dias. Denúncias de queimadas ilegais podem ser feitas pelo número: (93) 99209 4670.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), entre setembro e 26 de novembro deste ano, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) atenderam 1.092 pacientes com sintomas causados pela inalação de fumaça, como dificuldades respiratórias, ardência nos olhos e coriza. 

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Na zona urbana, foram registrados 888 atendimentos, com destaque para as UBSs mais procuradas: Floresta, Esperança, Maicá e Santo André. Nas UBS da região do Planalto, o número chegou a 164 pacientes, enquanto na região dos rios, foram contabilizados 40 casos no mesmo período.

Na UPA 24 Horas, em 2024, os atendimentos a pacientes com sintomas respiratórios tiveram um aumento nos últimos meses. Em setembro, foram registrados 1.603 casos; em outubro, 1.937; e, até 25 de novembro, 1.640 atendimentos. No mesmo período do ano de 2023, os números foram significativamente maiores: 2.110 em setembro, 1.789 em outubro e 1.799 em novembro. Esse volume mais elevado no ano passado se deve ao fato de a UPA ser referência para atendimentos de COVID-19, com os casos concentrados na unidade. 

Em relação aos atendimentos específicos para sintomas gripais em 2023, os números alcançaram 989 em setembro, 953 em outubro e 733 em novembro.

Além dos casos de sintomas gripais, que incluem tosse, falta de ar e congestão nasal, a UPA atendeu 32 pacientes com síndrome respiratória aguda em setembro e 36 em outubro. Esses casos, por serem mais graves e com risco de complicações, exigem internação e maior atenção médica.

Ariane Almeida foi uma das pessoas que buscou ajuda na UPA  para tratar os sintomas provocados pela inalação de fumaça. “Não está sendo fácil respirar com toda essa fumaça que tomou conta da cidade. Tem dias que não dá de ver nem o outro lado do rio. Vim para tratar os sintomas de dor cabeça, falta de ar, febre, ardência nos olhos e garganta. O meu bairro está totalmente tomado pela fumaça”, relatou.

Já o HMS atendeu mais de 500 pacientes com síndromes respiratórias que necessitaram de internação, no período de janeiro a 20 de novembro deste ano.

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Esse aumento reforça a necessidade de atenção às condições respiratórias e ao cuidado preventivo.

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O infectologista Alisson Brandão, que atua no  HMS, recomenda cuidados especiais devido à fumaça densa resultante de queimadas na região, que pode agravar os sintomas respiratórios.

Entre as orientações, Brandão explica que o uso de máscaras comuns, como as cirúrgicas ou de tecido, não é eficaz para evitar a inalação de partículas suspensas no ar. “Somente as máscaras N95 ou PFF2 têm eficácia comprovada, sendo indicadas para quem está exposto a essas condições”, afirma.

Outras recomendações:

– Manter a hidratação: Consumir água regularmente para proteger as mucosas.

– Evitar atividades físicas ao ar livre: Principalmente nos horários de maior concentração de fumaça.

– Realizar a lavagem nasal com soro fisiológico: Esse procedimento auxilia na remoção de partículas e mantém as vias aéreas superiores limpas e umidificadas.

O especialista também esclarece que o uso de umidificadores de ar não é necessário na região, considerando que a umidade relativa do ar em Santarém geralmente permanece acima de 50%.

Brandão alerta ainda para a importância de procurar atendimento médico ao surgirem sintomas como tosse persistente, cansaço ou falta de ar, para evitar possíveis complicações.

Ascom PMS

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