O curso ofereceu uma formação robusta em diversas áreas do audiovisual
Um marco na inclusão e no desenvolvimento profissional do Baixo Amazonas: 25 pessoas com deficiência concluíram o curso de formação em audiovisual, tornando-se novos profissionais no setor. No auditório da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), os alunos receberam seus certificados em uma cerimônia que contou com a exibição de três documentários produzidos pelos próprios formandos.
O curso, que durou três meses e foi idealizado e produzido pela produtora cultural Kéke Bandeira e co-produzido pela produtora Formiga de Fogo, teve como objetivo capacitar pessoas com deficiência para ingressarem na indústria criativa, com especial foco no audiovisual. A iniciativa, patrocinada pela Lei Paulo Gustavo Estadual, reuniu 30 participantes selecionados entre mais de 70 inscritos, dos quais 25 seguiram até a formatura.
O curso ofereceu uma formação robusta em diversas áreas do audiovisual. Durante 120 horas, os alunos tiveram aulas de Teoria do Cinema, Técnicas de Fotografia e Luz, Escrita de Roteiro e Escrita de Projetos. O corpo docente, formado por instrutoras renomadas da região, incluiu Lia Malcher, Bárbara Vale, Amanda Poça, Victória Ananda e Keké Bandeira.
“A sensação de dever cumprido é imensa. Estamos colocando pessoas com deficiência no mercado audiovisual, e isso traz novas perspectivas para a produção da região”, destacou Keké, que é deficiente física. Ela acredita que os alunos, com suas novas habilidades, contribuirão para enriquecer o panorama cultural e profissional do Baixo Amazonas.
Novos profissionais para o audiovisual
Com a formação recebida, esses alunos não apenas ampliaram seus horizontes, mas agora estão prontos para atuar como profissionais no mercado audiovisual. Essa conquista representa um ganho significativo para a região, que passa a contar com novos talentos preparados para trazer suas vivências e perspectivas únicas para a produção cinematográfica. A presença desses profissionais, formados com uma visão inclusiva e diversa, promete transformar o cenário audiovisual local, tornando-o mais representativo e inovador.
Liliane Xingu, estudante de direito na UFOPA e uma das alunas do curso, comentou sobre a importância de cada disciplina da formação. “ Estamos lutando contra o capacitismo e por inclusão e acessibilidade. A partir dos nossos olhares, a produção audiovisual vai ganhar uma nova estética, refletindo as vivências das pessoas com deficiência”, afirmou. Liliane também expressou sua admiração pelas instrutoras, que, segundo ela, além de competentes, são figuras militantes e inspiradoras.
Outro destaque entre os formandos foi Matheus Gomes, de 29 anos, que se encantou com as aulas de edição e agora sonha em atuar na área. “Nunca tinha tido nenhum contato com esse setor profissional, mas encontrei nesse curso uma oportunidade de crescimento. Gostei muito da experiência e pretendo seguir nessa área”, revelou.
A cerimônia de formatura, realizada no auditório da UFOPA Rondon, contou com a presença de convidados, que puderam prestigiar também uma apresentação musical e participar de um coquetel oferecido ao final do evento. Os alunos receberam seus certificados, celebrando a conquista que representa não apenas um avanço pessoal, mas também um passo significativo para a inclusão de pessoas com deficiência na indústria criativa.
Além da formação gratuita, os participantes receberam uma bolsa de auxílio transporte no valor de R$1.000,00, garantindo sua presença nas aulas. “Esperamos que eles possam usar essas novas habilidades para gerenciar seus próprios projetos e atuar em outras áreas da indústria criativa”, comentou Keiliane.
A conclusão deste curso em Santarém é um exemplo de como a inclusão e a capacitação podem transformar vidas e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e diversa, onde todos têm a oportunidade de expressar suas histórias e talentos no cenário audiovisual.
RDN, com informações da assessoria