Videoclipe “Mãe Terra, Nosso Território” fala de resistência no quilombo Bom Jardim em Santarém

As gravações encerram hoje(2) e dá protagonismo à juventude do quilombo
Divulgação

A comunidade quilombola de Bom Jardim, localizada no município de Santarém, está prestes a lançar um projeto emocionante que combina música e ativismo social. O projeto “Vozes que Ecoam nos Mocambos Tapajônicos”, do grupo Cabocla Tapajó, que propõe a gravação de um videoclipe de seis minutos da música “Mãe Terra, Nosso Território”, foi concluído esta semana. O lançamento está marcado para a segunda semana de agosto nas plataformas digitais, incluindo o YouTube. Interpretada por Anderson Luís e pelo Coral do quilombo, a música celebra a cultura local e combate o racismo estrutural.

Os principais objetivos do projeto são: produzir um videoclipe da música “Mãe Terra/Nosso Território”, valorizar a cultura e os territórios das comunidades quilombolas, além de promover e destacar o Coral Quilombola da Comunidade Bom Jardim. A composição é de Anderson Luís, diretor e produtor do clipe, Bruna Marcião, responsável pela produção e coordenação, e a professora Maria Herivete, assistente de coordenação. Anderson, que pertence ao território de Bom Jardim onde viveram seus ancestrais, conseguiu, com o apoio da Lei Paulo Gustavo, os recursos necessários para produzir o clipe.

“Os ritmos que permeiam os quilombos são mais do que simples canções; são manifestações de uma herança cultural rica, marcada por uma trajetória de luta e superação. Cada verso entoado carrega consigo a força de um povo que se recusa a ser silenciado, que encontra na música uma forma de expressar sua história e seus anseios”, afirma Anderson.

Divulgação

O coral, composto por crianças e adolescentes em situação de desfavorecimento social, encontrou no projeto uma fonte de motivação e elevação da autoestima. Ao destacar as paisagens naturais do quilombo, o videoclipe enfatizará a importância do território para os quilombolas. “O território é lugar de resistência, reprodução cultural e sobrevivência econômica das comunidades. Esses espaços são fundamentais para a preservação da cultura quilombola, pois permitem a transmissão dos saberes tradicionais de geração em geração”, enfatiza o diretor.

Com a execução do projeto, o Coral Quilombola de Bom Jardim será beneficiado com novos equipamentos de som, figurinos para apresentações e microfones. Além disso, será ofertada uma oficina em parceria com o Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil – HISTEDBR UFOPA, reforçando o vínculo entre arte, cultura e educação. Para Bruna o projeto vai celebrar a força e encantos do território. “Estamos não apenas honrando uma tradição secular, mas também nos conectando com a essência de uma identidade coletiva, enraizada na terra, na história e na força inabalável da cultura negra. Que essas vozes continuem a ressoar, guiando-nos rumo a um futuro de inclusão, diversidade e justiça cultural”, destaca.

Entre os jovens que estará cantando na produção audiovisual, Marcus Ribeiro, de 16 anos, expressou sua gratidão pela experiência: “Quero agradecer a oportunidade de participar, foi tudo muito legal, algo novo que nunca tinha visto. Recebemos toda a atenção e foi muito importante cantar e falar do nosso povo.”

Com o lançamento marcado para a segunda semana de agosto, Bom Jardim não só celebra sua herança, mas também fortalece sua resistência e luta pela preservação de seus territórios e tradições. A música, mais uma vez, prova ser uma poderosa ferramenta de transformação social e cultural, prometendo ressoar além das fronteiras do quilombo. O lançamento será nas plataformas digitais, com foco no YouTube do grupo de produção cultural Cabocla do Tapajós. As gravações foram realizadas pela AD Produções.

Com informações da assessoria