MiSordo busca incluir surdos indígenas, refugiados e ribeirinhos do Pará e de Roraima
O Programa Interinstitucional de Apoio a Migrantes e Refugiados Surdos (MiSordo) da Universidade Federal do Oeste do Pará foi um dos cinco finalistas do V Prêmio Ibero-Americano de Educação em Direitos Humanos. O MiSordo concorreu com outros 141 projetos inscritos. Estar entre os cinco classificados garantiu ao programa o certificado que o reconhece como “Educação não Formal para os Direitos Humanos”.
O V Prêmio Ibero-Americano de Educação em Direitos Humanos visa a distinguir o trabalho de organizações da sociedade civil, empresas, órgãos públicos, fundações e instituições educacionais (incluindo universidades) que contribuam para a educação em valores e direitos humanos ao longo do ciclo de vida das pessoas por meio da educação não formal. O prêmio é promovido pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e pelo Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil. Visa a reconhecer experiências que estejam envolvidos com os seguintes temas: a promoção da convivência democrática, a defesa do pluralismo, da igualdade e da liberdade; a igualdade racial e étnica e os direitos das populações indígenas e afrodescendentes; o empoderamento de mulheres e meninas e igualdade entre homens e mulheres em todas as dimensões; uma gestão segura e responsável das migrações, com respeito aos direitos humanos da população migrante; a defesa e a promoção dos direitos ambientais e os desafios da transformação verde; a defesa e a promoção dos direitos humanos na transformação digital e no uso das redes.
O projeto Ressocialização, Autonomia e Protagonismo (RAP) foi o vencedor da etapa nacional do prêmio e segue agora para a etapa internacional.
Sobre o programa MiSordo – O Programa Interinstitucional de Apoio a Migrantes e Refugiados Surdos, constituído e articulado de forma interinstitucional entre a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e a Universidade Federal de Roraima (UFRR), tem como público-alvo surdos que chegam ou estão no Brasil com dificuldades de se comunicar nas línguas utilizadas nos órgãos públicos, em especial, no âmbito jurídico, educacional e de saúde.
“Nesse cenário, o programa tem objetivado criar redes de articulações com instituições que discutam, ofertem e promovam assistência para migrantes em relação à comunicação, (in)formação e compreensão das especificidades linguísticas, culturais e identitárias da pessoa surda”, informou uma das coordenadoras do programa, Profa. Thaisy Bentes, do Instituto de Ciências da Educação (Iced). A profa. Daiane Pinheiro é uma das coordendoras do Programa.
A premissa do programa é o acolhimento linguístico na língua de uso das comunidades na perspectiva das teorias da intercompreensão e translinguagem, considerando a gestualidade presente nas línguas de sinais, em três eixos que sustentam a sua implementação: (in)formação de/para o trabalho com minorias surdas; valorização das línguas de sinais; e acesso aos direitos humanos.
Na Ufopa, o MiSordo é direcionado à formação de professores nos aspectos da pluralidade inerente às comunidades surdas e com as questões de acesso aos direitos humanos e de identificação das dinâmicas socioculturais e linguísticas decorrentes da migração de surdos e sua interrelação com as comunidades surdas brasileiras. No público-alvo estão também outras minorias surdas que compartilham das mesmas dificuldades, como os surdos ribeirinhos e os surdos indígenas.
Comunicação/Ufopa, com informações da coordenação do MiSordo