Riscos e perigos: de janeiro a maio de 2024, pipas na fiação elétrica causaram 1.402 ocorrências de falta de energia no estado, de acordo com a Equatorial Pará

Belém, Santarém, Parauapebas, Bragança e Portel são as cinco cidades com o maior número de registros. Distribuidora orienta sobre segurança.
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Com a chegada das férias escolares, aumenta a prática de empinar pipas, brincadeira que pode causar sérios problemas tanto à rede elétrica quanto à vida das pessoas. De acordo com a Equatorial Pará, foram registradas 1.402 ocorrências de falta de energia, de janeiro a maio de 2024, por conta de pipas na fiação. O dado representa uma redução de 22,1% em comparação ao mesmo período de 2023, quando houve 1.800 casos, no entanto, os números ainda preocupam. Ano passado o total até dezembro foi de 7.367 ocorrências.

Até maio de 2024, as cincos cidades com mais registros causados por pipas na fiação foram: Belém com 166 ocorrências, Santarém com 129, Parauapebas com 80, Bragança com 78 e Portel com 68.

De acordo com Marcelo Tucunduva, executivo de Segurança da Equatorial Pará, a tendência é que os números aumentem no período das férias escolares. Ele explica o motivo do perigo de empinar pipas perto da fiação de energia: “o principal risco é à vida. A pessoa pode tomar um choque de até 34.500 volts. Nossa orientação é que a brincadeira sempre seja feita em áreas abertas, longe de qualquer tipo de fiação”, comenta.

O executivo também pontua sobre o uso do cerol nas linhas e chama a atenção para as situações em que as pipas ficam enroscadas na fiação, o que causa o desgaste dos materiais por onde passa a corrente elétrica e assim provoca as interrupções no fornecimento.

“Infelizmente ainda é comum o uso do cerol. Ele pode provocar curtos-circuitos e rompimento de cabos, o que gera a falta de energia. Os números de 2024 podem ter caído em relação ao ano passado, mas ainda é uma quantidade considerável. Além da interrupção, pipas com cerol representam um risco para ciclistas, motociclistas e a população em geral”, afirma.

Vale lembrar que o uso de cerol (mistura de cola, limalha e vidro moído) ou da “linha chilena” é considerado crime pelo Código Penal Brasileiro. Além disso, o estado do Pará proibiu o uso, armazenamento, fabricação e venda de linhas com cerol, por meio da lei nº 9.597, de 20 de maio de 2022.

Conscientização

Durante o mês de junho deste ano, o “Projeto Pipas”, que tem o patrocínio da Equatorial Pará, percorreu 16 escolas e outros espaços de cidadania em Belém e Ananindeua para levar conscientização às crianças e jovens sobre os riscos de empinar pipas perto da fiação elétrica. De forma lúdica e educativa, a ação contou com brincadeiras, apresentação teatral e distribuição de gibis com o foco na temática.

Confira outras orientações de segurança que devem ser seguidas para evitar acidentes com pipas:
– Não solte pipas em canteiros centrais de ruas, avenidas, rodovias ou qualquer lugar onde exista fluxo de veículos;
– Não utilize papel alumínio na confecção da pipa. É perigoso, pois este material em contato com os fios provoca curtos-circuitos;
– Caso a pipa enrosque nos fios, é melhor desistir do brinquedo. Tentar recuperá-la representa sério risco, assim como remover a pipa com canos ou bambus;
– Não solte pipa em tempo nublado, principalmente se estiver com chuva. Ela pode funcionar como para-raios, conduzindo energia;
– Não é indicado subir nas lajes das casas para empinar pipa, qualquer distração pode causar uma queda;
– Tenha cuidado com ciclistas e motociclistas, pois as linhas não podem ser vistas e linhas de cerol ou reforçadas podem causar graves acidentes.

Da assessoria