O episódio ocorreu ontem terça-feira, 28, e destaca a importância do SAMU em áreas remotas. A mãe e o bebê estão recebendo os cuidados necessários na obstetrícia do HMS
Ontem, terça-feira, 28, a vida fez uma parada inesperada. Um bebê veio ao mundo em uma lancha que navegava da comunidade Vila Socorro, na região do Lago Grande, rumo a Santarém. Após cerca de uma hora de viagem, o nascimento ocorreu em meio às águas do rio Amazonas, em Aninduba, Distrito do Arapixuna. No entanto, o momento era crítico: a mãe estava com a placenta retida e a parteira local não conseguiu fazer a retirada. Foi então que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) 192 foi acionado.
Devido à gravidade da situação, a embarcação seguia ainda mais rápido em direção à cidade. Os “Samuzeiros”, como são carinhosamente conhecidos os colaboradores do serviço, interceptaram a lancha já próxima de Santarém e, com agilidade e eficiência, prestaram atendimento à mãe e ao recém-nascido com destreza e carinho. Ambos foram encaminhados com segurança para a obstetrícia do Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS), anexo ao Hospital Sagrada Família, onde estão recebendo os cuidados necessários.
Jéssica Samara Silva Sousa, de 33 anos, compartilha que já tem outros cinco filhos, mas não esperava o nascimento do bebê naquele momento. Ela explica que a viagem era para resolver algumas questões, então ficou surpresa quando começou a sentir as contrações.
“Tudo aconteceu inesperadamente. Eu estava vindo para Santarém para receber um benefício e não esperava que o bebê fosse nascer durante a viagem. Quando comecei a ter as contrações do parto, uma parteira, que por sorte estava na lancha, fez o parto. Ela foi incrível, pois o bebê estava atravessado, e ela conseguiu ajeitar e fazer o parto normal. Mas depois tivemos outro problema, porque a minha placenta estava grudada e ela não sabia como proceder. Chamamos o SAMU e eles foram muito rápidos e atenciosos, fazendo a retirada da placenta, cortando o cordão umbilical e realizando todo o procedimento necessário. Depois, viemos para o hospital, onde estamos sendo muito bem acolhidas”.
O enfermeiro e coordenador do Samu, Joziel Colares, explica o que é a retenção de placenta.
“Quando fomos acionados, eu e minha equipe nos dirigimos de ambulancha o mais rápido possível. Sabíamos que era crucial retirar a placenta o quanto antes, pois a demora poderia causar complicações graves para a mãe. A retenção de placenta é uma complicação obstétrica em que a placenta não é expelida do útero após o nascimento do bebê. Normalmente, a placenta é eliminada naturalmente devido às contrações uterinas durante o parto, ocorrendo em até 30 minutos após o nascimento. Se esse processo demorar mais, é considerado retenção de placenta”.
Além disso, o enfermeiro descreveu o atendimento nessa situação de emergência e expressou a alegria de ter cumprido mais uma missão.
“Chegamos ao local e encontramos o bebê em cima da mãe. Cortamos o cordão umbilical, clampeamos e cuidamos do recém-nascido. Em seguida, realizamos a retirada da placenta com sucesso. Foi um momento de muita tensão, mas a alegria de ver mãe e filho bem compensou todo o esforço.”
“Este episódio ressalta a importância vital do SAMU em prestar socorro imediato e especializado em situações de emergência, salvando vidas e garantindo um atendimento humanizado e eficiente,” pontua o secretário Albino Luciano.
Colaborou Ândria Almeida, assessora de comunicação do HMS e UPA24H