Exposição é premiada pela Fundação Cultural do Pará (FCP).
Com a finalidade de propor o sustentável que busca ressignificar objetos característicos da cultura amazônica ao vestuário, foi aberta nesta segunda, 29, a exposição Upcycling Amazônico. O espaço escolhido foi a sala de exposições temporárias do Centro Cultural João Fona (CCJF). O acesso é gratuito, de segunda a sexta-feira, das 08h às 18 horas.
O secretário municipal de cultura, Adson Tertulino, destaca sobre a disponibilidade do acesso às diferentes manifestações de artes no CCJF.
“A nossa equipe técnica está de prontidão para melhor atender o público e aos expositores em suas diferentes artes, que iniciaram a procura por espaço, aqui temos a sala de exposições temporárias, conforme os agendamentos estamos alinhando datas e horários aos artistas”, disse.
A organizadora da exposição Francielly Sá ressalta que a moda Upcycling é uma solução de resíduos e uma forma criativa de se expressar.
“E expor no CCJF, a nossa arte cresce em divulgação, há muitos visitantes e turistas por aqui”.
Classificação das roupas como de duas peças abaixo
A roupa malhadeira – Produzida em rede de pesca, essa produção foi inspirada em um look desenvolvido pela artista santarena Rose Costa, mãe da modelo Norah Costa. A pesca tem um papel crucial na subsistência dos povos da Amazônia, proporcionando não apenas alimento, mas, também, um papel importante nas práticas culturais e nos saberes ancestrais. A atividade enfrenta diversas ameaças que impactam negativamente os recursos pesqueiros e as comunidades que dependem deles.
Turistas vindos do Rio de Janeiro, de raiz familiar santarena e de contribuição histórica, relatam a admiração.
“Aqui é muito belo e conservado, as peças de cerâmica, o prédio e atividades belíssimas desenvolvidas por aqui, como esta exposição de moda. A emoção e orgulho são maiores ao nos depararmos com a foto do Tribunal do Júri logo na entrada do Centro, com meu saudoso avô à frente, Climério Machado de Mendonça”, destacou a neta, a advogada aposentada Alice Elvira Mendonça Silvestre.
A roupa matriarcal – As mulheres desempenham papéis extremamente importantes nas sociedades, em muitas são responsáveis pelas atividades agrícolas e domésticas, produção de cerâmicas e cestarias. Para o acessório da cabeça foi utilizado suplat de tucumã e muiraquitã em cerâmica oriundo de um colar e ainda ráfia.
Já o vestido foi feito com punhos de rede e a base de um vestido desfilado no Centro Cultural João Fona em 2021, o primeiro desfile da marca. Além de estar presente no imaginário popular, o Muiraquitã é estudado pelas pesquisas arqueológicas.
As estudantes do Colégio Adventista de Santarém, as irmãs Ana Beatriz e Maria Esther Azevedo olham admiradas para o manequim com a roupa malhadeira.
“É bem interessante este trabalho da exposição, uma forma da sociedade poder apreciar e conscientizar sobre o que poderia ir ao lixo, pode ser transformado e fortalecer a economia e sustentabilidade”, disse Ana.
O CCJF fica localizado na Rua Adriano Pimentel, s/n, – orla da cidade, bairro Prainha, dentro da área da Praça Barão de Santarém. A exposição Upcycling (reutilização) Amazônico encerra no dia 29 de fevereiro.
Ascom PMS