A prática do ‘falso intermediário’ é um dos crimes que mais tem se intensificado no Estado
Embora a internet proporcione um mundo de facilidades para os usuários, o espaço pode ser palco para ataques de criminosos. Pensando nisso, o Governo do Estado, por meio da Polícia Civil do Pará (PCPA), destaca os principais cuidados que a população precisa ter ao comprar um produto na internet, principalmente se este produto for um carro.
Diante disso, a Polícia Civil do Pará (PCPA) alerta para o golpe do “falso intermediário”, que é um dos golpes atuais mais comuns no Estado. Segundo a corporação, o golpe acontece quando uma pessoa anuncia seu veículo na internet, daí o golpista entra em contato, mostra interesse no produto e, em alguns casos, até deposita um adiantamento na conta do dono do veículo para mostrar credibilidade, em seguida pede que o anúncio seja retirado da plataforma online. Feito isso, o vendedor envia ao “comprador”, mais fotos do veículo, vídeos e documentos. Com essas informações, o golpista faz um novo anúncio em sites de vendas, com um preço muito mais atrativo do convencional e começa a negociar o carro com outros possíveis interessados.
“A ocorrência desse tipo de golpe tem despertado a atenção da Polícia Civil do Pará, se tratando de uma prática criminosa recorrente no meio digital. O preço anunciado abaixo do mercado, acaba atraindo a vítima, que acredita estar negociando o veículo de forma honesta. Sendo assim, é necessária a certificação de toda a documentação do carro” alerta Walter Resende, delegado-geral da Polícia Civil do Pará.
No momento em que o interessado quer ver presencialmente o veículo, o criminoso informa que o veículo será mostrado por uma terceira pessoa, mas alerta o interessado para não falar sobre valores, pois o preço deve ser negociado diretamente com o intermediário. Segundo a polícia, o golpista criar artimanhas para que o interessado veja o automóvel com o verdadeiro proprietário, mas sem precisar negociar com ele. Ao mesmo tempo, o criminoso informa ao proprietário que um conhecido ou parente quer ver o veículo antes de finalizar a compra, mas pede discrição sobre o valor do mesmo. Tendo tudo alinhado entre as partes, o interessado faz a transferência de valores para o intermediário, que no caso é o golpista.
“O criminoso utiliza uma tática para cada uma das vítimas, ele alega que, por motivos diferentes, se um conversar com o outro sobre valores pode inviabilizar o negócio. Há um jogo psicológico, uma engenharia social, para que o golpe tenha êxito. Entre as principais dicas para evitar cair em golpes, estão: redobrar atenção, certificar que o valor está sendo transferido para o proprietário do veículo, conferir a documentação do carro e se o valor anunciado está dentro da margem do mercado. O anúncio pode ser virtual, mas a transação tem que ser no mundo real”, ressalta Thiciane Maia, titular da Delegacia Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos.
Para estes casos, a delegada orienta que as vítimas não deixem de fazer o registro das ocorrências, informando tudo o que foi feito durante a transação, para que a investigação possa seguir da melhor forma possível. Ela também faz um alerta para que, caso as pessoas identifiquem nas plataformas digitais, anúncios suspeitos, que ela denunciem dentro do próprio site e tentem diminuir a incidência dessa modalidade criminosa.
Presencial – O delegado Juliano Corrêa, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos de Belém, alerta sobre os locais que são marcados os encontros presenciais para que os interessados conheçam o carro que acharam na internet. “Esses encontros devem ser marcados durante o dia, em locais iluminados, movimentados e com câmeras, para diminuir as chances de atos criminosos. O comprador deve buscar a procedência do veículo, fazer consultas em base nacional, entender os motivos da venda. Veículos vendidos com valor muito abaixo do convencional são alertas importantes”, destaca.
Em caso de golpe, a vítima precisa registrar um boletim de ocorrência, com o registro de furto e roubo, para solicitar bloqueio permanente de veículo até que seja encontrado, além de acionar o 190.
Detran – O Departamento de Trânsito do Estado (Detran) informa à população que não realiza oferta ou venda de veículos e motocicletas apreendidos durante as operações, por meio de aplicativo de mensagens ou redes sociais. O órgão reitera, ainda, que os servidores do Detran não realizam intermediação de venda desta natureza. Qualquer proposta dessa modalidade trata-se de golpe. Os leilões públicos autorizados pelo Detran têm editais e devem ser consultados no site oficial.
Agência Pará